quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Dia da EAD (27/11): Educação a distância proporciona inclusão para estudantes com Deficiência no ensino superior

Com tecnologias emergentes, audiodescrição, interfaces acessíveis e outras inovações, EAD quebra barreiras e permite acessibilidade e aprendizado contínuo aos estudantes deficientes  

 

No Brasil, o ensino superior tem conquistado terreno com o uso de tecnologias que não apenas quebram barreiras, mas também abrem novas possibilidades de aprendizado para estudantes com deficiência. Em 2023, mais de 92 mil estudantes com deficiência estão matriculados em cursos de graduação no país, um salto impressionante de 219% em comparação com 2013, quando eram cerca de 29 mil. Esse crescimento revela um avanço significativo na acessibilidade, embora esses estudantes ainda representem apenas 0,9% do total de 9,9 milhões de alunos matriculados. Essa discrepância destaca a urgência de um ambiente universitário mais inclusivo, e é no ensino a distância (EAD) que muitos desses alunos têm encontrado uma verdadeira porta de entrada para o ensino superior. 

Leticia Fabbri, 30 anos, aluna de Jornalismo da Faculdade Anhanguera, é um exemplo disso. Deficiente física e auditiva, encontrou na modalidade EAD a flexibilidade necessária para continuar seus estudos, mesmo enquanto lida com recorrentes hospitalizações. "Para mim, a EAD não é apenas uma escolha prática, mas uma condição para poder seguir em frente academicamente", explica. Com suporte em tecnologias como legendagem automática, audiodescrição e interfaces acessíveis, o EAD tem permitido que ela e muitos outros estudantes possam não só acompanhar o conteúdo como também se sentir integrados no processo educacional. "Eu encontrei na EAD um espaço inclusivo, onde posso aprender sem que minha deficiência seja um empecilho", afirma.

Este fenômeno revela um ponto muitas vezes invisível para o público geral: enquanto as universidades tradicionais ainda enfrentam dificuldades para oferecer acessibilidade total, a EAD emerge como uma solução adaptável, rompendo com limitações físicas que muitos desses alunos enfrentariam no ensino presencial. 

A importância do ensino a distância vai além da praticidade para aqueles com agendas lotadas; para Leticia, o modelo de ensino é essencial para enfrentar o medo da falta de acessibilidade e a ansiedade associada à interação presencial. "Por isso, é muito importante que exista esses cursos à distância, porque é uma alternativa acessível, que proporciona a inclusão de pessoas com diferentes necessidades, garantindo que todos tenham a oportunidade de buscar conhecimento, independentemente de suas limitações físicas ou geográficas."
 

Alexey Carvalho, reitor da Faculdade Anhanguera, aponta que, o ensino à distância, ao tornar-se um espaço mais inclusivo, não apenas está abrindo portas para os estudantes deficientes, mas também está se tornando um exemplo de como a educação pode ser adaptável e enriquecedora para todos os alunos, independentemente de suas capacidades físicas. “A EAD, ao superar desafios e aproveitar avanços tecnológicos, emerge como um catalisador de transformações positivas no cenário educacional. Além disso, as vídeo aulas contam com intérprete de Libras e legendas para pessoas com deficiência, enquanto o ambiente virtual do aluno oferece diversos recursos, facilitando a acessibilidade tanto para cursos presenciais quanto à distância”, finaliza. 

Os números também mostram um padrão de representação nas deficiências mais comuns no ensino superior: 36.629 estudantes com deficiência física, seguidos por 23.112 com baixa visão e 10.156 com deficiência intelectual. Esse perfil evidencia tanto o impacto das barreiras específicas para cada tipo de deficiência quanto a necessidade contínua de adaptação das universidades para oferecer uma experiência educacional verdadeiramente inclusiva. 

Em um país onde a população com deficiência supera 18 milhões, a presença ainda limitada de estudantes com deficiência no ensino superior sinaliza a importância de fortalecer e expandir iniciativas de acessibilidade. E, nesse contexto, a EAD segue como um caminho promissor para garantir que a inclusão não seja um ideal distante, mas uma realidade concreta para milhares de brasileiros.

 

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