A obstrução congênita é uma das principais causas
do excesso de lágrimas, especialmente nos recém-nascidos. Especialista ensina a
identificar e o que fazer em tais casos
É
muito comum em recém-nascidos: os olhinhos curiosos, vivos e que demoram a
abrir totalmente podem ficar lacrimejando, de modo que parece que o bebê está
sempre chorando. Embora bebês, de fato, chorem muito, a produção de lágrimas em
excesso precisa ser investigada. Por trás do lacrimejamento podem estar
problemas mais graves, como glaucoma, doença que responde por 20% dos casos de
cegueira em crianças, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). “No
entanto, uma das principais causas do lacrimejamento em crianças é a obstrução
congênita, uma condição na qual, por defeito na formação da via lacrimal ou
estreitamento no sistema de ductos, essa lágrima não é escoada e fica
acumulada”, explica a oftalmologista e especialista em Plástica Ocular e Vias
Lacrimais do Hospital CEMA, Rita de Cássia Lima Obeid.
As
lágrimas têm um efeito protetivo sobre os olhos: além da lubrificação, elas
auxiliam no combate aos agentes externos, que podem ser nocivos. Para manter os
olhos lubrificados, a lágrima que está na superfície ocular é drenada por um
sistema de ductos e pequenos canais, que se inicia no canto medial da pálpebra
e termina na cavidade nasal. “Qualquer obstrução nesse sistema de drenagem faz
com que ocorra o extravasamento da lágrima. Essa dificuldade de escoamento é o
que os especialistas chamam de epifora”, detalha a médica.
Além
da obstrução congênita, o lacrimejamento excessivo em crianças pode ser causado
por um aumento da quantidade de lágrima produzida, por processos irritativos,
como corpos estranhos, quadros infecciosos, como conjuntivites, ou alérgicos,
anomalias anatômicas da pálpebra e glaucoma congênito. “Observa-se excesso e
acúmulo de lágrima em bebês, geralmente, após 15 a 20 dias de nascido. São
olhos que apresentam conjuntivites de repetição e contínuo acúmulo de lágrimas
no canto interno dos olhos. As pálpebras podem ficar vermelhas e inchadas, com
crostas nas bordas”, esclarece a especialista em Vias Lacrimais.
Embora
a obstrução congênita possa se resolver espontaneamente, é importante que os
pais busquem ajuda médica, pois por trás do lacrimejamento excessivo podem
estar outros problemas. “Ao perceberem essas alterações, é importante procurar
um especialista em vias lacrimais para que ele verifique o que está ocorrendo.
Um diagnóstico assertivo é importante para um tratamento precoce e eficiente”,
afirma a oftalmologista. Na maioria dos casos, esse lacrimejamento vai ser
tratado de acordo com a causa. Mas pode ser necessário, em algumas situações,
uma intervenção cirúrgica.
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