De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada
quatro pessoas no Brasil enfrentará um transtorno mental ao longo da vida. Esse
dado é preocupante e ressalta a urgência de promover ações voltadas para a
saúde mental. A campanha Setembro Amarelo é uma referência essencial nesse
sentido, fomentando o debate sobre o tema e contribuindo para a prevenção de
crises graves, como o suicídio.
A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) revela que
aproximadamente 96,8% dos casos de suicídio no Brasil estão associados a
síndromes mentais. Entre essas, a depressão é a mais prevalente, seguida pelo
transtorno bipolar. No entanto, é crucial entender que este é o desfecho de um
longo processo de sofrimento, muitas vezes agravado pela falta de compreensão e
apoio.
“O suicídio, muitas vezes, é resultado de uma dor emocional
insuportável que poderia ser amenizada ou evitada com o apoio adequado. Portanto,
é essencial que todos busquem o acesso a tratamento psicológico e saibam que
não estão sozinhos”, comenta Geiza
Barbosa, Psicóloga e Neuropsicóloga, membro da Doctoralia.
É necessário tratar os estigmas relacionados a essa temática, que impedem as pessoas de buscar pela conscientização. “Um dos aspectos mais críticos para o sucesso do tratamento psicológico é a falta de constância durante o processo terapêutico. Infelizmente, muitas pessoas ainda relutam em seguir as recomendações por medo, preconceito ou inseguranças. É comum encontrar indivíduos que, por receio de serem julgados ou por não acreditarem na eficácia do tratamento, evitam buscar ajuda”, explica Geiza.
Outro aspecto fundamental é reconhecer e normalizar a busca por ajuda psicológica, que pode ser acessada por todos aqueles que sintam necessidade, independente do diagnóstico. “Todos nós, em algum momento, enfrentamos desafios emocionais e situações que podem abalar nosso equilíbrio. A terapia, nesse contexto, serve como uma ferramenta de apoio fundamental, ajudando as pessoas a compreender melhor seus pensamentos e sentimentos e a desenvolver resiliência para enfrentar as adversidades”, explica a psicóloga.
Além disso, o respeito deve ser sempre colocado como prioridade
para aqueles que convivem com alguém diagnosticado com algum tipo de transtorno
mental. Ter uma rede de apoio é primordial para a qualidade de vida do
paciente, para isso, a especialista destaca que é importante ser esse suporte
emocional.
“Acolha, escute e apoie sem julgamentos; incentive a adesão ao
tratamento; ajude nas tarefas simples do dia-a-dia, como por exemplo, lembrar
de consultas médicas, acompanhar o tratamento e organizar a medicação; evite
julgamentos, falas preconceituosas e reduza estigmas; valide os sentimentos
dessa pessoa, mostrando que suas emoções são compreensíveis”, indica Barbosa.
Em caso de necessidade, há alguns pontos de ajuda a serem
acionados, como o Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo número 188 ou a Rede
de Atenção Psicossocial (RAPS), que oferece suporte a pessoas com sofrimento ou
transtornos mentais e problemas relacionados ao uso de crack, álcool e outras
drogas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, há também
consultas com especialistas por meio da telemedicina, que oferecem diversas
opções de atendimento.
“Neste Setembro Amarelo, que possamos todos ser agentes de
mudança, promovendo a saúde mental e o bem-estar em nossa sociedade”, finaliza
Geiza.
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