No mês em que é celebrado o Dia Nacional de
Conscientização do Alzheimer, entidade ressalta que a função do especialista
está bem além do simples diagnóstico
No
último dia 21, celebrou-se o Dia Nacional de Conscientização do Alzheimer, data
que oferece a oportunidade de aumentar a compreensão pública e fortalecer o
compromisso com a pesquisa, o cuidado e o apoio às pessoas afetadas por esta
comorbidade.
Descoberta
por Alois Alzheimer em 1906, a enfermidade, que leva o seu sobrenome,
apresenta-se com um quadro de demência, por meio da perda progressiva de
memória, orientação e linguagem, causada pela morte das células cerebrais. O
Alzheimer diminui a capacidade de viver com autonomia e independência, e de
estabelecer relações sociais.
De
acordo com a federação Alzheimer 's Disease International, em escala
mundial, o número de pessoas com a doença poderá chegar a 74,7 milhões em 2030
e a 131,5 milhões em 2050, devido ao envelhecimento populacional. No Brasil, há
mais de 1,2 milhão de pessoas com demência, sendo a mais comum o Alzheimer.
O
médico geriatra e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e
Gerontologia do Paraná (SBGG-PR), Dr. Marcos Cabrera, afirma que o Alzheimer
pode começar de diversas maneiras, mas a forma mais comum é a alteração na
memória. “Inicia-se, por exemplo, quando o indivíduo tem uma dificuldade de
memorizar, de lembrar de fatos recentes, de nomes importantes, coisas do dia a
dia. Mas nem sempre é só a alteração da memória. Nós chamamos isso de domínios
cognitivos. Eu posso também ter o início da doença com o comprometimento de um
domínio, por exemplo, como a localização espacial. Outro domínio que pode ser
comprometido logo de cara é a linguagem.”
Prevenção e tratamento
Dr.
Cabrera reitera que não há cura para o Alzheimer e que a
prevalência é maior no sexo feminino e em pessoas com histórico familiar. Mas,
há fatores que podem retardar a demência, como controlar bem o diabetes, o
nível do colesterol, o nível da hipertensão e ser ativo fisicamente e
mentalmente, praticando a sociabilidade. “Outra questão é a escolaridade na
fase infantil. Quando nós temos uma sociedade onde se tem mais contato com a
escolaridade, com mais utilização do cérebro, fazendo mais conexões cerebrais,
teremos menos chance de ter Alzheimer na velhice”, afirma.
Outro
ponto que o presidente da SBGG-PR evidencia é o tratamento do Alzheimer.
Segundo ele, por ainda não existir um medicamento que cure a demência, o
tratamento é procurar viver bem. Ele revela que é importante garantir que as
pessoas acometidas pela doença tenham uma boa alimentação e que vivam em um
ambiente adequado, com suporte familiar ou dos cuidadores, a fim de evitar
maiores dificuldades e sofrimentos.
Geriatria no tratamento do Alzheimer
Dr.
Cabrera reforça o quanto é fundamental o papel do médico geriatra no
acompanhamento e tratamento do Alzheimer. “A primeira função dele é promover um
melhor envelhecimento humano. Segundo, é definir qual tipo de enfermidade está
afetando a pessoa idosa, sendo que o Alzheimer é a principal causa de demência.
Depois, é fazer com que o indivíduo lide com essa nova realidade cognitiva, da
melhor maneira possível, tratando de maneira adequada, tanto farmacologicamente
como não farmacologicamente, e acolhendo e orientando os familiares ou cuidadores
em relação a isso”, relata.
Sociedade
Brasileira de Geriatria e Gerontologia - SBGG
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