A vacinação e
mudanças de hábito podem ser fundamentais para a proteção contra as doençasFreepik
Muitas doenças acabam chegando ao conhecimento da
população apenas quando já está em surto em determinado país ou região, ou quando
é registrado óbito e altos níveis de contágio. Mas assim como a Monkeypox, a
dengue e a coqueluche podem ser evitadas através da ampla vacinação. O
imunizante protege indivíduos diretamente ao reduzir a chance de contrair
doenças graves e atua na imunidade de rebanho, o que é essencial para proteger
aqueles que não podem ser vacinados, explica Fábio Argenta, diretor médico da
Saúde Livre Vacinas, rede de clínicas focadas em vacinas que oferecem o
que há de mais moderno nos cuidados com a prevenção.
Monkeypox
Chamada anteriormente de ‘varíola dos macacos’, ela
é causada por um vírus da mesma família da varíola, o Orthopoxvirus. Apesar de
ter recebido atenção recentemente, surtos da doença têm ocorrido na República
Democrática do Congo há mais de uma década. A preocupação atual ocorre devido
ao aumento do número de casos importados da variante 1b da Monkeypox, que se
concentravam na África e agora também estão na Europa. Esse subtipo é 10 vezes
mais letal do que o anterior, o 2b. No Brasil, houve 709 casos de mpox neste
ano, com 16 óbitos – o mais recente ocorreu em abril de 2023.
Essa é a segunda vez que a mpox atinge o status de
emergência global. Entre 2022 e 2023, já houve um alerta da OMS. Isso não quer
dizer que uma pandemia é iminente: a poliomielite, por exemplo, também tem essa
classificação, assim como tiveram a zika, ebola e H1N1 em outros anos.
“A vacina oferece proteção cruzada para a monkeypox,
e algumas regiões têm campanhas específicas. Há dois imunizantes disponíveis no
mundo contra o vírus: a ACAM2000, da Sanofi Pasteur, e a Jynneos, do
laboratório dinamarquês Bavarian Nordic.O esquema vacinal é de duas doses, com
intervalo de um mês entre elas.
No entanto, essa vacina não está amplamente
disponível. O imunizante não chegou ainda às clínicas particulares, e a rede
pública está priorizando os grupos mais atingidos: pessoas com mais de 18 anos
com HIV/Aids, imunossuprimidos, profissionais que atuam em contato com o vírus
em laboratórios e pessoas que tiveram contato direto com infectados.”, explica
o médico.
Enquanto a vacina não chega para todos, lavar
frequentemente as mãos com água e sabão ou usar álcool em gel é uma forma de se
proteger.
Coqueluche
A coqueluche é uma doença infecciosa que pode ser
grave e potencialmente fatal em crianças com menos de um ano de idade. Também
chamada de tosse convulsa, é uma infecção bacteriana das vias respiratórias
causada pela Bordetella pertussis, altamente contagiosa que pode ser evitada
com a vacinação.
“A transmissão ocorre por meio de gotículas de saliva,
espalhadas durante a fala, tosse ou espirro, e os sintomas começam a aparecer
entre 5 a 10 dias após o contato, chegando até a 42 dias. O tratamento é feito
com antibióticos, e exige internação no caso de bebês. Quanto mais novo for o
bebê infectado, mais grave é a doença. Por isso, a prevenção começa ainda
durante a gravidez, com a vacina dTpa. As gestantes devem receber uma dose de
dTpa, a cada gestação, a partir da 20ª semana. Dessa forma, a placenta
transmite os anticorpos ao feto”, explica Dr.Fábio Argenta.
Quando não há administração da vacina antes do
nascimento, a puérpera deve receber uma dose logo após o parto, o mais
precocemente possível. Recomenda-se que todos os adultos que terão contato com
o recém-nascido também sejam imunizados. Na infância, deve-se tomar uma vacina
com proteção contra coqueluche aos 2, 4 e 6 meses de idade, com nova aplicação
entre os 12 e 18 meses e dose de reforço entre os 4 e 5 anos.
Dengue
O Brasil registrou mais de 6,5 milhões de casos de
dengue em 2024. A doença viral é transmitida pela picada do mosquito Aedes
aegypti, comum em regiões tropicais. Há quatro sorotipos da dengue, e a
infecção por um deles não protege dos outros, podendo causar formas graves da
doença em reinfecções.
Nesse caso, a prevenção vai além do imunizante. É
preciso evitar acúmulo de água parada em vasos, garrafas, pneus e outros
recipientes, que podem servir de criadouro para o mosquito. Aplicar repelentes
adequados à pele, principalmente em áreas com alta incidência do mosquito,
também é uma forma de se proteger. Usar roupas compridas e de cores claras,
além de instalar telas em janelas e portas também são opções.
A campanha gratuita teve início em fevereiro,
priorizando as idades com um maior risco de um cenário grave da doença, o
público-alvo de 10 a 11 anos, expandindo para os adolescentes de até 14 anos
devido à baixa procura. “Acredito que alguns fatores podem prejudicar a adesão
à vacina. Entre elas estão a liberação para uma faixa etária baixa e as fake
News disseminadas na internet. Na rede privada é possível tomar o imunizante em
todas as idadades e é de extrema importância se proteger contra a doença, já
que todos os anos temos um período de maior incidência de dengue”, comenta o
diretor médico da Saúde Livre Vacinas.
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