Psicóloga
perinatal explica como a saúde mental materna pode ser preservada no período
mais desafiador da maternidadeCrédito: Drazen Zigic
No Setembro Amarelo, mês dedicado à conscientização
sobre a saúde mental, é essencial olhar com atenção para as mães no período
perinatal, que podem enfrentar desafios emocionais e psicológicos severos.
Depressão e psicose puerperal são transtornos que afetam muitas mulheres nessa
fase e, se não tratados, podem levar a consequências graves. Identificar os
sinais precoces e buscar tratamento adequado é crucial para proteger a saúde
mental da mãe e do bebê.
A psicóloga perinatal Rafaela Schiavo, autora de
centenas de publicações científicas sobre saúde mental materna, diz que “a cada 100
mil mulheres nesse período, 4 podem cometer suicídio se não receberem
tratamento adequado. Mulheres que apresentam depressão e psicose, têm 17 vezes
mais chances de desenvolver esses pensamentos”.
Para ajudar a esclarecer as principais dúvidas
sobre esses transtornos, Rafaela Schiavo responde às questões mais frequentes
abaixo:
O que é a
depressão pós-parto?
É um transtorno mental que pode se manifestar após
o nascimento do bebê. Ela varia em intensidade, sendo classificada como leve,
moderada ou grave. Entre os sintomas estão tristeza constante, falta de energia
e dificuldade em cuidar de si mesma e do bebê.
Como a depressão
pós-parto pode evoluir?
Se não tratada, pode se agravar. Na fase grave, a
mulher pode perder a motivação para realizar atividades diárias, levando a
comportamentos de risco. O tratamento precoce é essencial para evitar
complicações.
O que é a psicose
puerperal?
É um transtorno mental raro, mas gravíssimo, que
afeta o contato da mulher com a realidade. Mulheres com psicose puerperal podem
ter alucinações ou ouvir vozes, e, em casos extremos, pode levar a
comportamentos perigosos para a mãe e o bebê.
Quais são os
sinais de alerta?
Sinais como isolamento social, choro frequente,
falta de energia e dificuldade em realizar tarefas simples, cuidar do bebê,
além de pensamentos recorrentes de tristeza, devem ser observados com atenção.
Identificar esses sintomas cedo é crucial para buscar ajuda.
Como buscar ajuda?
Ao notar qualquer sinal de alerta, é fundamental
procurar orientação de um profissional de saúde mental. Psicoterapia e, em
alguns casos, tratamento medicamentoso ou internação, podem ser necessários
para garantir a segurança da mãe e do bebê.
Quem está mais vulnerável?
Mulheres que enfrentaram violência doméstica ou que
já têm histórico de transtornos mentais estão em maior risco de desenvolver
depressão ou psicose no período perinatal. O acompanhamento psicológico é vital
nesses casos.
Como prevenir?
A prevenção passa pelo acompanhamento psicológico contínuo e uma rede de apoio
forte. Conversar abertamente sobre os desafios da maternidade e reconhecer os
primeiros sinais de cansaço ou tristeza pode evitar que o quadro se agrave.
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