terça-feira, 30 de julho de 2024

Agosto Dourado: Fechando as lacunas, apoio à amamentação para todas

No Brasil, 46% dos bebês de até 6 meses se alimentam exclusivamente de leite materno. Campanha atual quer difundir informações e envolver pessoas para elevar a taxa aos 70% previstos pela OMS até 2030 

 

O mês de agosto foca as atenções na importância do aleitamento materno: há 76 anos, desde 1948, os primeiros dias do mês formam a Semana Mundial da Amamentação (SMAM), declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o objetivo de promover a amamentação e a sua importância para o desenvolvimento saudável dos bebês. 

Cinthia Calsinski, Consultora Internacional de Lactação pela IBCLC e Enfermeira Obstetra, lembra que a proposta do Agosto Dourado simboliza a luta pelo incentivo à amamentação. "E a cor dourada tem a ver com o padrão ouro de qualidade do leite materno, que é incomparável, em termos de qualidade, a qualquer outro tipo de alimentação para lactentes", frisa ela. 

Todos os anos, a campanha aborda um aspecto diferente, sempre focando na conscientização de que o aleitamento materno deve ser exclusivo até os seis meses de vida do bebê, podendo continuar até os dois anos ou mais. 

"No Brasil, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) reforça o foco no aumento das taxas de aleitamento materno, chancelada pela Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU)", explica a especialista, ao ressaltar que as metas para amamentação na primeira hora de vida e a amamentação exclusiva estão longe dos índices atuais. "É preciso um forte movimento de conscientização para conseguirmos atingir esta meta em 6 anos", avalia ela.

 

Objetivos #SMAM2024: 

De acordo com a especialista em amamentação, a atual campanha tem como tema "Fechando as lacunas: Apoio à amamentação para todas", com o objetivo de diminuir as desigualdades que existem hoje no apoio ao aleitamento materno. "Será dada atenção a cenários vulneráveis, ​​como a primeira semana de vida, populações desfavorecidas e amamentação em tempos de emergências e crises", detalha Cinthia, ao listar os objetivos oficiais: 

• Informar as pessoas sobre as desigualdades que existem no apoio e prevalência da amamentação;

• Difundir a amamentação como um equalizador para reduzir lacunas na sociedade;

• Envolver-se com indivíduos e organizações para melhorar a colaboração e o apoio à amamentação;

• Mobilizar ações para reduzir as desigualdades no apoio à amamentação, concentrando-se nos grupos vulneráveis.

 

Brasil hoje 

Os dados mais recentes do Ministério da Saúde brasileiro dão conta de que, em 2022, 45,8% dos bebês brasileiros recebiam leite materno como único alimento até os seis meses de vida. A meta da OMS para 2030 é de 70%. 

Sobre Cinthia Calsinski Enfermeira Obstetra e Consultora Internacional de Lactação

  • Enfermeira Graduada pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp
  • Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp
  • Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo-Unifesp
  • Enfermeira Obstetra pelo Centro Universitário São Camilo
  • Consultora Internacional de Lactação pela IBCLC - International Board Certified Lactation Consultant
  • Consultora do Sono Materno-Infantil formada pelo International Maternity e Parenting Institute (IMPI)


Cinthia Calsinski - Enfermeira Obstetra e Consultora Internacional de Amamentação
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