O
Sistema Único de Saúde (SUS) passa por importantes avanços na oferta de atendimento
público de saúde. A participação das Organizações Sociais de Saúde (OSS) tem
trazido melhorias significativas ao acesso e à qualidade dos serviços de saúde
pública, especialmente em regiões mais periféricas com alto adensamento
demográfico, onde há uma procura elevada por atendimentos, inclusive de alta
complexidade.
Considerado
um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde do mundo, o SUS é utilizado
pela maioria dos brasileiros. Uma pesquisa de 2019 do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) indica que, 70% da população procuram
atendimento na rede pública quando apresentam algum problema de saúde. O
resultado do levantamento foi demonstrado na Pesquisa Nacional de Saúde1
(PNS) e representa cerca de 150 milhões de pessoas.
Um
outro levantamento, feito pelo Instituto Datafolha2 em 2023, aponta
que a rede municipal de saúde da cidade de São Paulo é um dos serviços mais bem
avaliados pelos paulistanos em razão dos avanços na informatização da rede, com
foco na promoção de cuidado na Atenção Básica. A
modernização da gestão pública na Saúde tem como importante pilar o trabalho
das OSS, em parceria com o SUS e a administração pública.
As
organizações sociais geralmente contam com equipes de gestão altamente
qualificadas e especializadas em administração de saúde. E uma gestão mais
profissionalizada ajuda a melhorar a eficiência operacional, a alocar recursos
de forma mais eficaz e reduzir desperdícios, e a implementar melhores práticas
de governança, beneficiando todos os pacientes que buscam a unidade pública de
saúde.
Outro
diferencial é que as OSS têm mais flexibilidade para tomar decisões rápidas e
implementar novos protocolos de atendimento que tornem a jornada do paciente
mais fluída. Isso resulta em processos mais ágeis e adaptáveis, algo crucial
para lidar com as demandas emergentes e as mudanças nas necessidades dos
usuários.
As
Organizações Sociais de Saúde trouxeram para a rede pública protocolos de
tratamento atualizados, novos métodos de gestão e a maior facilidade para
introduzir inovações nos serviços de saúde e acelerar o processo de
transformação digital. Esse conjunto de ações contribui para a melhoria
constante da qualidade dos serviços prestados pelo SUS.
No
caso do Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL), responsável
pela gestão de 10 unidades públicas de saúde em São Paulo, há um esforço
permanente para ampliar parcerias estratégicas com outras instituições de
saúde, universidades, empresas e organizações da sociedade civil, para ampliar
cada vez mais o acesso à experiência clínica e às melhores práticas em gestão.
A participação das OSS em estudos e ensaios clínicos, por exemplo, permite que
os pacientes tenham acesso a tratamentos inovadores, além de contribuir para o
avanço do conhecimento médico e científico na rede pública.
Com
a colaboração do IRSSL, os profissionais de saúde podem ter acesso a programas
de educação e capacitação, por meio de cursos, workshops e treinamentos
práticos, para atualizar suas habilidades e conhecimentos. Prova disso é o
Simpósio Científico de 2023 do IRSSL, realizado em novembro, que abordou temas
relevantes como diversidade e inclusão no SUS, impacto das mudanças climáticas
e sociais na saúde, tecnologia e saúde na era digital, a formação dos profissionais
de saúde, entre muitos outros.
Sabemos
que a busca pela sustentabilidade do sistema público de saúde é um desafio
complexo, mas para conseguirmos avançar diante das adversidades o Instituto de
Responsabilidade Social Sírio-Libanês define diversas estratégias para promover
a inovação e a pesquisa em saúde e a capacitação de líderes e gestores, com
foco na melhoria contínua dos atendimentos e tratamentos oferecidos pelo SUS.
Algumas
OSS enfrentam resistência por parte dos profissionais de saúde e sindicatos
para introduzir novos modelos de gestão. É importante envolver esses grupos de
forma colaborativa nas discussões desde o início do processo de implementação e
comunicar de forma clara os benefícios da parceria, para garantir o apoio
necessário. O paciente será sempre o grande beneficiado deste consenso de
opiniões.
O
sucesso das OSS no avanço do acesso e da qualidade dos serviços de saúde está
sujeito a diversos fatores, incluindo o contexto político, regulatório e
socioeconômico em que operam, bem como a qualidade da gestão e o compromisso
com os princípios de equidade e universalidade do SUS, para que todos os
cidadãos brasileiros, sem qualquer tipo de discriminação, tenham acesso às
ações e serviços de saúde.
Para
superar esses desafios e maximizar os benefícios para a população atendida, é
fundamental promover uma abordagem colaborativa e participativa, envolvendo
todos os stakeholders relevantes, incluindo gestores de saúde, profissionais de
saúde, usuários do SUS, organizações da sociedade civil e setor privado. O
objetivo é proporcionar os mais altos padrões de qualidade e segurança, o que
pode envolver a implementação de sistema de monitoramento e avaliação, a adoção
de protocolos de segurança e a participação ativa dos usuários na melhoria contínua
dos serviços de saúde.
Além disso, é importante garantir um ambiente regulatório claro e favorável, investir em capacitação e desenvolvimento de recursos humanos e promover a transparência e a prestação de contas em todas as etapas da parceria entre as OSS e o SUS. A obtenção de resultados mensuráveis e eficiência na prestação dos serviços pode levar a uma maior ênfase na prevenção de doenças, gestão de doenças crônicas e coordenação do cuidado, resultando em uma população mais saudável e redução dos custos a longo prazo.
Um dos indicadores de sucesso das OSS é a certificação da Organização Nacional de Acreditação (ONA), baseada em rígidos padrões de qualidade, segurança e gestão integrada, revisados periodicamente. A maioria das unidades sob gestão do IRSSL já possuem certificação nível 3, o mais alto da Acreditação, que confere a excelência do serviço prestado. O propósito do Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês é levar a excelência administrativa e operacional, já reconhecida no setor privado, às esferas municipais e estaduais. O desafio da sustentabilidade na saúde pública tende a tornar-se cada vez mais acentuado, cabe a nós como gestores buscar de forma incessante soluções que melhorem o alcance e a qualidade dos atendimentos no SUS.
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