Apoio e orientação pode contribuir para a introdução dos novos
alunos e no processo de adaptaçãoFoto: banco de imagem
A educação básica brasileira teve 47,3 milhões de alunos
matriculados em 178,5 mil escolas no ano passado, de acordo com dados do Censo
Escolar da Educação Básica 2023. Apenas no ensino infantil, as creches
receberam 4,1 milhões de crianças e as redes municipal e privada apresentaram a
maior participação nesta fase educacional, com 72,5% e 26,9% das matrículas,
respectivamente.
Mesmo diante de grandes números, muitos pais encontram receio na
hora de colocar os filhos na escola, seja pela escolha do ambiente ou pelo
momento certo que a introdução deve ser feita. Para Solange Rodella,
coordenadora pedagógica do Colégio Anglo Leonardo da Vinci, a preocupação pode
começar na quebra de rotina com os pais: “Costumo dizer que a entrada da
criança na educação infantil é, simbolicamente, o verdadeiro corte do cordão
umbilical, pois, desde o nascimento até este momento, a criança - normalmente -
fica rodeada da família ou de pessoas de muita confiança”.
Segundo a coordenadora pedagógica, ao pensar em dividir a educação
dos filhos com pessoas diferentes de seu convívio diário, a família necessita
realizar uma seleção bem minuciosa sobre a escola, bem como contar com o apoio
do pediatra que procura sempre encorajá-los sabendo da importância da criança
participar de um ambiente destinado ao desenvolvimento de suas habilidades
sociais, emocionais e cognitivas.
“Acredito que além da preocupação com a segurança, um dos maiores
receios da entrada dos pequenos na escola também esteja relacionado à questões
de saúde, visto que este é o primeiro contato social distante do ambiente
familiar”, complementa Solange.
Fora o cuidado dos pais, a escola também desempenha um papel
fundamental neste processo para receber os alunos e trabalhar essa adaptação.
Para Solange, são importantes alguns passos: o educador deve deixar claro os
valores, metodologia e rotina da escola; para conhecer melhor o novo aluno, é
importante realizar uma anamnese (documento médico) com os
pais sobre a vida da criança até aquele momento; e apropriar-se de dicas e
situações rotineiras, como brincadeiras favoritas e músicas que acalmem o
pequeno neste início de vida escolar.
Já em casa, seguir a rotina escolar aos primeiros finais de semana pode contribuir muito na adaptação, como manter toda a grade de horários estabelecida pela escola (acordar, lanchar, almoçar e tirar o soninho da tarde). Para as famílias que convivem pouco com outras crianças, passear aos finais de semana em lugares abertos para que os filhos possam ampliar esse contato infantil também pode favorecer.
“Durante o processo de adaptação é importante que os pais não fiquem questionando incessantemente os filhos sobre como foi cada detalhe. A escola deve fazer isso, comprovar algumas atividades por vídeo e os pais devem confiar. As crianças, embora pequenas, percebem nesse questionamento diário a insegurança da família e isso pode dificultar o processo de formação de vínculos com a escola. Outro ponto importante é nunca sair da escola com dúvidas sobre alguma coisa ou conduta. Questione e esclareça tudo, mas nunca na frente da criança”, finaliza a coordenadora.
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