Uma pesquisa recente, divulgada em 2023, pela
Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio (Belta), aponta aumento de 18%
no número de jovens que foram estudar no exterior em 2022, em um comparativo
com o ano de 2019. Os números ressaltam crescimento na busca pela educação
internacional, o que também fortalece o currículo dos estudantes, ampliando seu
universo de possibilidades dentro do mercado de trabalho e de um contexto
global de oportunidades.
A partir deste cenário, o mercado educacional
vem notando uma necessidade de oferecer serviços de orientação para
experiências internacionais dentro das escolas – algo ainda pouco especializado
no Brasil. Com isso, nasce um processo consistente de internacionalização, uma
das principais ferramentas que vem sendo utilizada para atender essa demanda.
Para explicar sobre essa tendência, Lara
Crivelaro, CEO e fundadora
da Efígie - edtech especializada em educação internacional,
define o que é a internacionalização e conta como as instituições de ensino
podem se preparar para oferecer esse suporte aos alunos e às famílias.
“Internacionalização é o processo integrado e intencional de incorporar uma
dimensão internacional e intercultural na educação com o objetivo de enriquecer
o ensino e a aprendizagem, preparando os alunos para atuar de forma competente
e consciente no cenário mundial”, afirma Lara.
A CEO destaca que o conceito de
internacionalização muitas vezes acaba sendo confundido com outras práticas da
educação internacional, como o bilinguismo, por exemplo. “Mitos como esse podem
fazer alguns acreditarem que o processo serve apenas para preparar os alunos
para estudar no exterior, quando o real objetivo é trazer perspectivas globais
para o currículo local, permitindo que todos os alunos se beneficiem de um
entendimento mais amplo do mundo.
A especialista afirma que todo esse processo
tem início na educação básica, onde os estudantes são formados e preparados não
apenas para o mercado de trabalho global, mas também para serem cidadãos
globais responsáveis e engajados com questões internacionais e interculturais.
Essas ações geram uma série transformações positivas para a vida dos jovens,
que passam a desenvolver uma visão de mundo diferenciada; para as instituições
de ensino, capacitar-se para atender a essa demanda, amplia as possibilidades
de atuação, além de propiricar um diferencial importante.
“A internacionalização na educação básica é um
investimento nas competências futuras dos estudantes. Ao serem expostos a
diferentes línguas, culturas esistemas de pensamento, eles desenvolvem uma
maior flexibilidade cognitiva, habilidades de comunicação intercultural e uma
compreensão mais aprofundada dos contextos globais. Isso os prepara não apenas
para uma economia globalizada, onde a capacidade de navegar em ambientes
diversos é um ativo, mas também auxilia no desenvolvimento de uma mentalidade
que valoriza a diversidade e a cooperação, estimulando a criatividade e a
inovação”, comenta Lara.
Para as escolas, o processo oferece vantagens
relacionadas à elevação da qualidade de ensino e ampliação do currículo
escolar. “A internacionalização pode elevar o prestígio e a reputação das
instituições, tornando-as mais atraentes para estudantes, professores e
pesquisadores de todo o mundo. Isso pode levar a um corpo estudantil mais
diversificado, enriquecendo o ambiente de aprendizado para todos”.
No entanto, para implementar a
internacionalização nas escolas, é importante entender como esse processo deve
ocorrer, considerando diversas frentes de ação ligadas a um planejamento
estratégico que contemple a integração de uma dimensão global no currículo
escolar. Para auxiliar nesta missão, a CEO explica que existem programas
inovadores, nos quais os alunos obtêm qualificações reconhecidas
internacionalmente, além de experiência prática em um ambiente educacional
internacional.
“Programas como o Duplo Diploma, da Washington
Academy, permitem que os alunos sigam um currículo que atenda aos padrões
educacionais de outro país, como os Estados Unidos, ao mesmo tempo que
continuam a seguir o currículo nacional. Isso proporciona uma educação
holística que prepara os estudantes para o ensino superior e para carreiras em
qualquer parte do mundo”, destaca a especialista.
Além disso, fica claro que a escola também pode
buscar parcerias com instituições estrangeiras, criando, por exemplo, programas
de intercâmbio e fomentando projetos colaborativos internacionais. O uso de
tecnologias de comunicação digital facilita a realização de projetos conjuntos
com escolas de diferentes países, sem a necessidade de viagens físicas.
Para que haja um acompanhamento do
desenvolvimento dos alunos durante esse processo, a fundadora da Efígie
Educacional ressalta que é importante que as escolas estabeleçam um sistema de
avaliação da prática. “Isso ajuda a monitorar o impacto das iniciativas de
internacionalização, ajustando-as conforme necessário para melhor atender às
necessidades dos alunos e aos objetivos da instituição”.
Como especialista no assunto, Lara conclui que
implementando as ferramentas e os métodos de internacionalização, a escola não
só enriquece o aprendizado dos estudantes, mas também se posiciona como uma
instituição progressista, contribuindo para a formação de cidadãos globais
conscientes e preparados para enfrentar os desafios do século XXI.
“Com isso, fica claro que a internacionalização é um processo
abrangente que visa preparar os alunos para um mundo interdependente,
enriquecendo a educação e promovendo um entendimento e respeito mais profundos
entre diferentes povos e culturas” finaliza.
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