O HIV (vírus da imunodeficiência
humana) que causa a AIDS (síndrome de imunodeficiência
adquirida) pode ficar oculto no corpo por muitos anos antes da manifestação dos sintomas. Enquanto isso, ele acaba
matando parte do sistema imunológico. É por isso que é importante detectar o
HIV antes que os sintomas apareçam. Também é essencial fazer os exames de
rotina para que as pessoas possam saber se estão infectadas e possam ser
tratadas, explica a Dra. Stacey Rizza, especialista em
doenças infecciosas e pesquisadora em HIV na Mayo Clinic.
“O problema com o HIV é que ele mata parte das
células do sistema imunológico, chamadas células CD4. E isso faz com que as
pessoas fiquem vulneráveis para contrair infecções, assim como cânceres”, explica a Dra. Rizza. “Ele
pode ficar escondido no corpo em um estado latente por muitos anos. E é por
isso que é tão difícil curar o HIV.”
“As pessoas podem se sentir bem, mas elas estão
deixando o vírus matar parte do sistema imunológico”, explica a Dra. Rizza. “E
quando o sistema imunológico fica enfraquecido, as pessoas contraem infecções e
cânceres graves e significativos.”
O Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, que acontece
em 01 de dezembro, promove a conscientização sobre HIV/AIDS e presta homenagem para as
pessoas afetadas pela doença. Ainda que tenha ocorrido muito progresso em
relação à luta contra o HIV/AIDS, ele ainda é comum ao redor do mundo, explica
a Dra. Rizza. Existe uma estimativa que indica que mais de 39 milhões de pessoas
em todo o mundo vivem com infeção provocada por HIV, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
O HIV pode ser transmitido pelo contato sexual,
compartilhamento de agulhas infectadas, contato com sangue infectado, e a
maneira menos comum, ele pode ser transmitido da mãe para a criança. Muitas
pessoas não sabem que têm HIV, e é por isso que a triagem de rotina é
importante, explica a Dra. Rizza.
“Costumamos estimar que cerca de 13 por cento da
sociedade que têm HIV não sabem que estão infectados. Houve uma redução para
cerca de oito por cento. Mas, isso ainda não é baixo o suficiente,” explica a
Dra. Rizza. “Gostaríamos de saber se todas as pessoas que têm HIV e que sabem
do diagnóstico estão ligadas aos cuidados e estão fazendo tratamento para que
elas possam ficar protegidas e diminuir os riscos de exposição e infecção de
outras pessoas.”
Ainda que as pessoas com HIV possam aproveitar uma
vida mais longeva e mais saudável neste momento, em virtude do aprimoramento
dos tratamentos, os desafios para conter a epidemia contínua persistem.
Para ficar protegido do HIV, pratique sexo seguro, não use drogas
injetáveis, não compartilhe agulhas ou outros dispositivos para injeção de
drogas e faça os exames.
As pessoas que suspeitarem de que ficaram expostas
ao contato sexual, ao uso de agulha ou a incidentes no local de trabalho devem
procurar uma equipe de cuidados de saúde ou visitar o departamento de
emergência. PrEP é um medicamento usado para
reduzir o risco de infecção por HIV nas pessoas que estão sob risco elevado.
“Nosso objetivo é diagnosticar as pessoas antes que
elas desenvolvam a AIDS, diagnosticar as pessoas quando o HIV estiver no
estágio inicial, levar prontamente as pessoas para o tratamento antes que o
sistema imunológico seja afetado, ou seja, antes que o vírus afete qualquer
parte do corpo e antes que o vírus possa infectar outras pessoas”, explica a
Dra. Rizza. “Se a pessoa iniciar o tratamento durante o HIV em algum ponto do
espectro, e ela ficar estabilizada, o vírus é suprimido, e o sistema
imunológico volta para o nível normal.”
Não existe cura universal para HIV/AIDS, mas os
medicamentos podem ajudar a controlar e a interromper a piora. Esses
tratamentos antivirais diminuíram as mortes por AIDS ao redor do mundo. A
pesquisa e a expectativa pela cura continuam existindo, afirma a Dra. Rizza.
“A cada ano, observamos mais pessoas ficarem
funcionalmente curadas do HIV, e isso significa que elas passaram por algum
tipo de intervenção na qual não era mais necessário tomar pílulas, e o vírus
permanece completamente suprimido. Na Mayo Clinic, estamos fazendo pesquisa
para curar o HIV. E diversos outros lugares ao redor do mundo estão fazendo pesquisa.
Tudo isso é muito animador”, ela explica. “Espero pelo dia no qual poderemos
curar a maioria dos pacientes em vez de tratar a maioria dos pacientes”.
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