O Umbigocentrismo e a Arte de Olhar o Outro
Numa tarde cinza e tediosa, encontrei-me, por acidente, observando
o meu próprio umbigo. Sim, meu caro leitor, estava ali, deitado no sofá,
mergulhando no mistério daquele pequeno redemoinho que todos nós temos no
centro da barriga. Aquele buraco negro miniatura parecia ter um magnetismo
estranho. Enquanto me perdia na contemplação umbilical, tive um estalo: Quantas
vezes nos vemos hipnotizados por nossos próprios problemas, opiniões e dilemas,
esquecendo completamente do mundo ao redor?
Nos ambientes corporativos, não é diferente. João, do departamento
de vendas, irritado porque o café estava frio, esquece que a Maria, do RH,
passou a noite inteira acordada cuidando do filho doente. Maria, por sua vez,
não entende por que a Roberta, da contabilidade, não deu um "bom dia"
mais entusiasmado – e desconhece que Roberta se divorciou recentemente.
E não é só no escritório! Em uma era de selfies e postagens de
"eu fiz", "eu conquistei", "olha onde eu estou",
muitos de nós adquirimos uma miopia emocional. Estamos tão centrados em nosso
próprio universo que esquecemos de olhar para as estrelas – ou seja, as outras
pessoas.
Mas, eis que surge a empatia, essa palavra que, apesar de estar na
moda, muitos ainda confundem com simpatia ou, pior, antipatia. A empatia é a
habilidade de sair do próprio corpo, flutuar por alguns segundos e pousar
suavemente no corpo do outro, vendo o mundo através de seus olhos, sentindo com
o seu coração. Parece mágica? Talvez seja. Mas é também uma necessidade vital
no mundo de hoje.
Agora, imagina se, ao invés de nos preocuparmos com o nosso próprio
umbigo, começássemos a olhar para o umbigo alheio? Calma, não estou sugerindo
uma revolução de voyeurs de umbigos! Falo da capacidade de perceber e
compreender o outro.
No trabalho, isso se traduziria em equipes mais coesas, líderes
mais inspiradores e, quem sabe, até um café sempre quentinho. Na vida pessoal?
Ah, as possibilidades são infinitas: vizinhos que se cumprimentam, amigos que
se escutam de verdade e, quiçá, menos discussões em jantares de família sobre
política.
Desafio você, caro leitor, a começar essa revolução. No próximo
encontro, no próximo e-mail, na próxima reunião via Zoom, olhe para o
"umbigo" do outro. Deixe a empatia te guiar. E, se por acaso você se
pegar de novo hipnotizado pelo próprio centro, lembre-se: até os umbigos, com
suas diferenças e peculiaridades, têm muito a nos ensinar.
Te desejo uma semana fantástica!!!!
Francisco Carlos
CEO Mundo RH
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