Realizada pelo Instituto Ethos, em parceria com Época Negócios, a pesquisa aponta também que 47,74% das empresas dizem monitorar a relação entre o maior salário e a média salarial dos demais empregados; A pesquisa ouviu 199 empresas, a grande maioria (71%) de grande porte e da área de serviços (52%)
A quinta edição da Pesquisa Diversidade e
Inclusão nas Empresas 2022/2023, do Instituto Ethos de Empresas
e Responsabilidade Social, pelo segundo ano realizada em parceria com a revista
Época Negócios, mostra o longo caminho que o Brasil precisa percorrer para
diminuir as desigualdades salariais e, consequentemente, de renda no ambiente
empresarial. Das 199 empresas participantes - 71% de porte grande, 21% médio e
6% pequeno -, quase metade (47,74%) dizem que monitoram a relação entre o maior
salário e a média salarial dos demais empregados, porém, apenas 15,58%
estabelecem metas para reduzir essa distância salarial dentro da companhia.
Outro dado preocupante da Pesquisa Diversidade e
Inclusão 2022/2023 aponta que apenas 32,66% das 199 empresas possuem metas para
que a proporção de funcionários negros siga a mesma do perfil demográfico regional.
Por outro lado, 75,88% das empresas disseram eliminar a diferença salarial
injustificada entre empregados brancos e negros.
Caio Magri, presidente do Instituto Ethos, destaca
que o combate à desigualdade é prioritário para a entidade. “Elegemos o tema
das desigualdades, e em especial as de salário e renda nas empresas, como
prioridade da atuação do Ethos em 2023. Os resultados da nossa pesquisa
reafirmam que há muito a fazer ainda nesse sentido”, diz ele. Magri afirma,
também, ser necessário criar, aplicar e mensurar políticas públicas e
empresariais que ajudem e reduzir as desigualdades, caso contrário, o país
enfrentará enormes dificuldades em seu desenvolvimento econômico e social.
Um dado que apresentou leve melhora foi o da
quantidade de empresas que incluem o aspecto de reconhecimento de resultados de
promoção da diversidade e inclusão em seus programas de remuneração variável,
passando de 34% para 37,69%. Com relação aos cargos em quadro de gerência e
executivos, 43,65% das empresas afirmam ter metas para reduzir a desproporção
entre negros e brancos.
Desigualdade de salário entre
homens e mulheres
Quando o recorte da pesquisa observa a meta de
redução da desigualdade salarial entre mulheres e homens, 66,33% das empresas
afirmam buscar a redução de diferenças entre gêneros quando exercem a mesma
função. Além disso, 43,22% das empresas disseram priorizar mulheres nos planos
de sucessão das áreas core do negócio, e 53,27%
estabelecem metas para que as mulheres ocupem, no mínimo, 30% dos cargos de
liderança até 2030. Ainda assim, a quantidade de empresas que declaram
ter metas para reduzir a desproporção dos cargos ocupados por homens e
mulheres em quadros gerenciais e executivos não avançou de um ano para o
outro, variando de 58,66% para 59% das respostas.
No início deste mês, a Câmara aprovou proposta para
instituir medidas que garantam salários iguais para homens e mulheres com a
mesma função, obrigando as empresas a divulgarem relatórios de equiparidade
salarial. O projeto está em avaliação do Senado.
Campanhas de conscientização
Outros dados trazidos pela pesquisa Diversidade e
Inclusão mostram que houve um decréscimo nas campanhas internas de
conscientização sobre diversidade. Baixou de 97% para 90,45% o número de
empresas que afirmaram realizar campanhas com temas de gênero; de 96% para
90,9% (pessoas negras), 95% para 87,84% (pessoa com deficiência), 95% para
90,45% (pessoas LGBTI+). Enquanto, por outro lado, as campanhas sobre
diversidade geracional aumentaram de 50% para 73,87%, sobre refugiados de 31%
para 53,61%, sobre indígenas, permaneceu estável (57% para 57,7%).
Acesse a íntegra da Pesquisa Diversidade e Inclusão
na Empresas
aqui
Instituto Ethos de Empresas e
Responsabilidade Social
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