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Com mais de 150 tipos, distúrbio neurológico é um dos mais prevalentes e incapacitantes no mundo. No próximo dia 19 de maio marca campanha nacional de Combate à Cefaleia e especialista dá dicas de prevenção do problema
Um
estudo de revisão global publicado em abril pelo The Journal of Headache and
Pain revela que 52% das pessoas acima de 5 anos no mudo sofrem com cefaleia, um
dos distúrbios neurológicos mais prevalentes e incapacitantes. e 14% da
população mundial tem a forma crônica da condição, a enxaqueca. Ainda segundo o
estudo, outros 26% possuem cefaleia do tipo tensional (dor leve a moderada,
como se fosse um "apertão"), e 4,6% sentindo o incômodo durante 15 ou
mais dias por mês. No Brasil, segundo a pesquisa da Sociedade Brasileira
de Cefaleia (SBCe), 70% da população do país, em graus diferentes, sofre com
esse desconforto de vez em quando.
Para
alertar sobre o problema, o 19 de maio foi instituído como Dia Nacional de
Combate à Cefaleia, também conhecida como dor de cabeça. Ao todo, existem mais
de 150 tipos de dor de cabeça, que são classificados de acordo com sua origem.
O neurologista Iron Dangoni Filho, especialista que atende no centro clínico do
Órion Complex, em Goiânia, ressalta as principais. “A enxaqueca é a mais
conhecida forma de cefaleia, porém a mais comum nas pessoas é a tensional, que
é caracterizada por uma dor de cabeça leve e possui maior frequência. Além
disso, há ainda a cefaleia trigêmino autonômica e a cefaleia em salvas, mais
comum nos homens”, explica. Os pacientes com o distúrbio, segundo o médico,
representam 4,5% dos atendimentos em unidades de urgência no País, sendo o
quarto motivo mais frequente de consulta.
O
neurologista Iron Dangoni Filho explica que as dores de cabeça podem ser
primárias e secundárias, quando são causadas por alguma outra doença, como um
tumor ou AVC. “Entre as primárias, os sintomas podem se diferenciar. Por
exemplo, a enxaqueca costuma ser moderada a forte, apenas de um lado, com
duração de cerca de três dias e com sintomas associados, como a fotofobia
(sensibilidade à luz) ou fonofobia (sensibilidade aos sons). Já a cefaleia
tensional geralmente é uma dor atrás da cabeça, mais leve e que pode piorar ao
longo do dia e durar até sete dias”.
Como se prevenir
O
médico destaca que a maioria das pessoas faz apenas o tratamento para tirar a
dor, usando analgésicos. Contudo, o especialista conta que é possível realizar
a prevenção para que os episódios de cefaleia fiquem bem menos frequentes.
“Tratamentos não medicamentosos, como a prática de exercícios físicos
regulares, ioga, acupuntura, massagem e boa alimentação trazem excelentes
resultados a médio e longo prazo. Um sono de qualidade também é essencial, pois
ficar sem dormir longos períodos funciona como um gatilho para crises. Ficar
longos períodos do dia sem se alimentar também é problema”, esclarece o
neurologista.
O
especialista ressalta que a automedicação para as dores de cabeça também é algo
perigoso. “Existe a cefaleia por uso excessivo de analgésicos, que acontece
quando se muda o tipo de dor em razão do uso dos remédios. Normalmente, ela
fica pior e pode torna-se crônica, o que dificulta o tratamento”, afirma o
médico. Ele revela que, quando a dor aparece com frequência, deve-se procurar
um neurologista para solicitação de exames que irão indicar a causa dessa dor
de cabeça. “Quando acontece quatro vezes por mês, já temos ai um sinal de
alerta. Se a dor de cabeça aparece menos vezes, mas são fortes, também é
preciso ir atrás de ajuda especializada. Quando ela muda o padrão também é
sinal de alerta, como por exemplo,quando não responde aos analgésicos que
costuma fazer uso ou a intensidade da dor aumenta muito”, detalha.
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