Especialista
explica como a ausência de mão de obra qualificada compromete a segurança da
informação de uma empresa e quais medidas podem ser tomadas Freepik
Uma pesquisa global divulgada pela
organização internacional de treinamento e certificações para profissionais de
cibersegurança (ISC)² (a International Information System Security
Certification Consortium) mostrou que a falta de mão de obra
qualificada na área de segurança em 2022 aumentou 26,2% ante o ano anterior.
Isso significa que, se em 2021 existia um gap de 2,72 milhões de profissionais,
um ano depois passou a ser de 3,4 milhões.
O estudo, intitulado de “Cybersecurity
Workforce Study 2022”, realizado com 11.779 responsáveis pela segurança
cibernética de diversas empresas pelo planeta, apontou, ainda, que 70% dos
entrevistados não possuem funcionários de segurança cibernética suficientes. O
levantamento destaca que a escassez de especialistas acende um alerta vermelho
porque está colocando as operações das organizações em risco moderado ou
extremo de um ataque cibernético.
Para Fabrizio Alves, CEO da VIVA Security, dois fatores explicam esse cenário. Um deles é a transformação digital, acelerada com a pandemia da Covid-19, que trouxe o home office e o regime híbrido de trabalho. Outro diz respeito à necessidade de proteger o ecossistema digital, a partir de novas regulações e requisitos de compliance.
Independente do porte, quando uma
empresa está desprotegida, ela pode sofrer inúmeras consequências, desde
ataques digitais, roubo de informações sigilosas até vazamentos de dados, além
de comprometer o financeiro e a reputação da empresa.
Um dos ataques mais comuns é o
ransomware, que causa grandes prejuízos a inúmeras empresas, os exemplos estão
todos os dias na mídia.
De um lado temos as empresas buscando
melhorar continuamente seus sistemas de segurança, de outro, os hackers criando
ataques cada vez mais sofisticados.
Nessa guerra de força, as empresas
precisam de profissionais preparados e experientes para se proteger. Mas de que
maneira a escassez de talentos no setor de segurança da informação deve ser
superada?
Para mitigar o déficit de especialistas
à disposição, grandes empresas no Brasil e no mundo, de diversos segmentos de
mercado, criaram programas de treinamento e certificação para profissionais que
já atuam em outras áreas de TI (Tecnologia da Informação), uma vez que demandam
menos tempo que os demais profissionais para serem treinados.
Uma alternativa adotada e muito
valorizada no mercado atual é a contratação de empresas terceirizadas para o
gerenciamento das atividades de segurança, conhecido como Managed
Security Service Provider (MSSP). “Essa é uma opção muito mais
atraente do ponto de vista do custo-benefício, já que toda a carga de
treinamento e da responsabilidade das entregas fica por conta desses
provedores. O próprio turnover de profissionais passa a ser um problema que
esses provedores administram”, defende.
No entanto, de acordo com o CEO, os
requisitos de ferramentas de segurança são fatores que devem ser levados em
consideração na hora de uma corporação decidir entre montar uma equipe de
segurança interna ou contratar o serviço por fora. “Os MSSPs já entregam boa
parte desse ecossistema de ferramentas, processos e pessoas como um serviço e
funcionam também como concierge para aconselhamentos na gestão de segurança”,
destaca.
Para Fabrizio, a área de cibersegurança
é tão sensível e precisa de profissionais capacitados tanto quanto a medicina.
“Há riscos intrínsecos na área de segurança envolvidos na gestão e operações
que só podem ser mitigados com muita experiência (e plantões para lidar com os
inúmeros casos e suas variações). Então, a área tem uma gama de possibilidades,
mas exige maturidade profissional desde para quem atua em atendimentos iniciais
até para aqueles que vão se dedicar a explorar vulnerabilidades e criar defesas.
Para tudo isso, a experiência prática e os bons orientadores de grupos são
fundamentais”, afirma.
O CEO destaca, ainda, que, além de hard
skills, existem alguns aspectos comportamentais (soft skills) que são
desejáveis para um profissional de segurança da informação evoluir na
profissão, os quais ele compara aos da área da saúde.
“A área de defesa cibernética exige
força de vontade, estudos contínuos, trabalho em equipe, liderança,
resiliência, fluência no idioma inglês e bastante sangue frio para lidar com as
intempéries. Os bons médicos são ótimos comunicadores também. Então essa é uma
habilidade adicional fundamental, porque quase sempre as situações de crise
deixam os ânimos à flor da pele”, sublinha.
Alves destaca, ainda, que a tecnologia
cada vez mais acessível torna a segurança da informação mais vulnerável. Além
disso, quando uma empresa não tem infraestrutura para o controle de dados, isso
repercute de maneira negativa aos clientes e stakeholders.
“Com a conjuntura atual, principalmente
com a pandemia e inovações tecnológicas, o perímetro de segurança se moveu para
um espaço difuso. Isso exige das empresas profissionais com skills multicloud e
de segurança bastante avançados. Caso contrário pode-se perder mercado para a
concorrência”, destaca.
https://vivasecurity.com.br
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