• Pílula não deve
ser indicada para os casos de mulheres acima dos 40 anos com hipertensão e
diabetes, revela especialista
Muito se discute sobre a segurança e a praticidade
dos métodos contraceptivos nos dias atuais. O ritmo acelerado de vida das
mulheres no trabalho e o acúmulo de funções, muitas vezes, interfere nos
cuidados com a saúde, e, principalmente, na escolha de um método mais eficaz
para evitar a gravidez.
Segundo levantamento realizado pelo Instituto
Ipsos, em 2021, 43% das mulheres brasileiras desejam saber mais sobre os
métodos contraceptivos e as suas diferenças e apenas 13% da população feminina
tem conhecimento sobre o assunto.
O Dr. Vinícius Carruego, ginecologista,
explica que os contraceptivos mais seguros são os chamados de LARCS
(reversíveis e de longa duração) neste caso, incluem-se o DIU medicado (Mirena
e Kylleena) - normalmente, os mais seguros e o DIU não medicados, como o de
cobre e o de prata. Além disso, os implantes hormonais possuem alta eficácia e
estão entre os métodos mais indicados na prevenção de uma gestação indesejada.
A idade da mulher e a escolha
do método
A idade da mulher é sim um aspecto a ser
considerado na escolha do contraceptivo. Em casos de pacientes acima de 40 com
comorbidades como hipertensão ou diabetes, o uso da pílula não deve ser
indicado de forma alguma. Deve-se seguir a mesma orientação para mulheres com
comprometimento hepático no fígado.
A indicação para mulheres nesta faixa etária são os
implantes hormonais, pois é comum a utilização de hormônios para bloquear a
ovulação, tratar desequilíbrios, assim como em situações de doenças hormônio
dependentes.
A pílula anticoncepcional
A pílula anticoncepcional é um dos métodos
contraceptivos mais populares e amplamente utilizados. Ela consiste em um
comprimido oral contendo hormônios sintéticos, geralmente uma combinação de
estrogênio e progestina. Funciona de várias maneiras para prevenir a gravidez,
pois inibe a ovulação, impedindo a liberação mensal de óvulo pelos ovários.
Mas, a sua eficácia depende da consistência e do uso correto.
Para o Dr. Carruego, a única vantagem da pílula é a
acessibilidade e o preço. O uso contínuo do contraceptivo pode diminuir a massa
muscular, aumentar a massa de gordura, ocasionar disbiose intestinal (condição
que acontece quando a microbiota intestinal está sofrendo algum desequilíbrio
de bactérias) e inflamar a paciente.
O método é contraindicado para mulheres que sofrem
enxaquecas muito fortes, genética para trombose ou histórico de câncer de mama.
Os implantes hormonais
O implante hormonal, inserido na pele através de um
tubinho de 4 a 5 cm, contém substâncias que caem na corrente sanguínea e, de
maneira controlada, passam a regular a quantidade de hormônios no organismo
feminino.
“Os implantes hormonais apresentam vantagens
significativas na prevenção da gravidez. Uma delas é que eles não dependem do
uso correto da paciente. Além disso, são alternativas eficazes, a paciente não
vai esquecer de usá-los, pois o implante está presente e ativo no corpo”,
afirma o Dr. Carruego.
Segundo o médico o implante pode causar efeitos
colaterais em pacientes que não adotarem um estilo de vida adequado. Neste caso
é preciso manter uma alimentação balanceada, não ingerir produtos
industrializados, farináceos, glúteos, lactose e ultraprocessados. Outras
condições que podem impactar na eficácia do tratamento é o estresse, o
sedentarismo e poucas horas de sono. É preciso ajustar o estilo de vida para
usar o implante.
É importante lembrar que nenhum método
contraceptivo é 100% eficaz, e cada pessoa pode ter necessidades e preferências
diferentes. É sempre recomendado consultar um profissional de saúde para
discutir as opções contraceptivas e escolher o método mais adequado com base em
fatores como idade, histórico médico e estilo de vida.
Dr. Vinícius Carruego – CRM -SP 172.911. Diretor médico da Clínica Elsimar Coutinho em São Paulo. Médico Ginecologista formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Pós-Graduação em Ciências da Obesidade e Sarcopenia. Possui especialização em Endoscopia Ginecológica. Baseou seus estudos em hormônios, implantes hormonais e temas relacionados à saúde integral da mulher.
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