Com a aproximação
cada vez mais estreita entre inteligência artificial e a medicina, quem pode se
beneficiar com essa relação é a Pesquisa Clínica
A IA já é uma realidade no Brasil,
sendo que 41% das empresas brasileiras já utilizam em seus processos algum
recurso de inteligência artificial, segundo um estudo feito pela International
Business Machines Corporation (IBM). Atualmente é possível
encontrar empresas de diferentes segmentos que utilizam dessa nova tecnologia
para aprimorar seus serviços, desde companhias de tecnologia, marcas renomadas
do varejo e até mesmo a medicina.
Apesar de ser conhecido como um setor ainda um
pouco relutante em adotar novas tecnologias, até por ser um setor que exige
atenção, sigilo de dados e cuidado redobrado em todas as suas etapas, esse
cenário acabou mudando nos últimos anos. A pandemia exigiu que a área médica
tivesse que se adaptar com urgência, e isso fez aumentar o número de consultas
online e a popularização da telemedicina. Com a aproximação cada vez mais
estreita entre inteligência artificial e a medicina, quem pode se beneficiar
com essa relação é a Pesquisa Clínica.
Fundamentais na descoberta de novas vacinas e
medicamentos, os estudos clínicos são uma das etapas para encontrar novas
opções de tratamentos de várias comorbidades. Nessa etapa, são feitos estudos
com humanos para garantir que um medicamento em análise é seguro e de fato
cumpre com o seu objetivo. “Toda pesquisa clínica precisa de um grupo
específico com determinadas características, ou seja, em algumas situações,
leva um tempo para encontrar o número de pessoas necessárias para participar
dos estudos, e isso pode atrasá-los”, explica Fernando de
Rezende Francisco, Gerente Executivo da Associação
Brasileira de Organizações Representativas de Pesquisa Clínica (ABRACRO).
Uma das alternativas que pode colaborar na hora de
realizar o processo inicial de triagem de voluntários é utilizar a Inteligência
Artificial para cruzar informações de registros médicos de
pacientes e dados para realizar um comparativo com o estudo em questão. “Encontrar
pacientes com um perfil específico em um período curto de tempo é um grande
desafio, por isso a tecnologia pode ser uma aliada para otimizar esse tempo e
facilitar na hora de encontrar o perfil desejado”, pontua Francisco.
A tecnologia aplicada à medicina e aos processos de
pesquisa clínica também pode ajudar os voluntários a reduzir o tempo que é
dedicado para se deslocar até o local onde os estudos estão sendo realizadas.
Através de ferramentas específicas, eles podem se comunicar com a equipe
responsável de uma forma mais assertiva, e relatar os sintomas e progresso do
tratamento. “Além disso, pessoas que moram distante de grandes centros acabam se
sentindo mais motivadas em participar, portanto é uma forma de democratizar a
pesquisa clínica e diversificar o perfil dos voluntários”, afirma Francisco.
Seja no deslocamento dos voluntários ou então na
procura por um determinado grupo para participar dos estudos, o fato é que a
inteligência artificial pode contribuir com todas as partes interessadas na
pesquisa clínica, desde os pesquisadores, pacientes e médicos investigadores,
ou até mesmo os patrocinadores. “Com a tecnologia, as decisões poderão ser mais
rápidas e assertivas, já que as informações serão extraídas de dados clínicos
em tempo real, ou seja, isso vai impactar diretamente na saúde da população,
que poderá fazer uso de novas opções de tratamentos sem ter que esperar por
muito tempo”, finaliza Francisco.
ABRACRO - Associação Brasileira de
Organizações Representativas de Pesquisa Clínica
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