Entre o início de sua adolescência até o presente momento, você já deve ter se deparado com uma pequena bolinha branca que saiu na sua boca, possuindo um forte odor. Essa ocasião não se repete com frequência, acontece uma vez ou outra, mas ocasionalmente vai aparecer. Afinal, o que são essas bolinhas ou melhor dizendo: os cáseos amigdalinos?
A palavra
cáseo é derivada do latim caseum,
que significa queijo. Essa denominação, possivelmente, relaciona-se com o seu
odor ácido e azedo, semelhante ao queijo curado. É uma pequena massa, alojada
temporariamente nas criptas amigdalinas, formada por depósitos de alimentos
macerados que gradualmente são deixados nos caminhos das amigdalas, no momento
da mastigação e deglutição. Após um determinado tempo, dependendo do volume e
quantidade de criptas destas amigdalas, as bolinhas se deslocam para a base da
língua quando são engolidas involuntariamente ou expelidas para fora da boca no
momento de um espirro, ou quando percebido pelo paciente.
Os cáseos
não são classificados em tipos ou graus de gravidade. Não impactam a saúde da
mucosa oral, bem como não evoluem para uma doença grave, eles apenas são
constrangedores quando o acúmulo é exagerado. Quanto a prevalência destas
bolinhas em relação a idade, não predomina em nenhuma faixa etária, mas é menos
comum antes dos 12 anos e no idoso longevo.
Estudos
mais recentes, dentro da especialidade, direcionam as conclusões para o
tratamento mais eficaz, sendo eles: a cirurgia denominada tonsilectomia das
palatinas (amigdalectomia) e a relação dos cáseos com a halitose crônica.
Outras
alternativas que ajudam na eliminação e tratamento dos cáseos são: gargarejos
com água morna e sal, gargarejos com chás de diversas ervas, aumento da
ingestão de ervas ácidas principalmente o alho, jejum de determinados alimentos
derivados do leite e carboidratos, enxaquatórios diversos, sprays e uso de
pomadas dentro das criptas amigdalinas.
Também como
forma de prevenção, uma medida de tratamento é realizar a retirada dos cáseos
com objetos longos ou com os próprios dedos sempre que formar massas mais
doloridas. Este é um procedimento que precisa ser realizado com muito cuidado
ou com profissionais habilitados, isso porque feito de forma errada pode
provocar uma infecção ou lesão na mucosa.
Existem
também medicamentos até com uma efetividade maior, por exemplo, compostos que
contêm iodo ressublimado, além dos remédios fitoterápicos, estes últimos com
pouca eficácia se comparado ao tratamento cirúrgico.
Por fim, no
que se relaciona com a indicação do tratamento cirúrgico como solução da
amigdalite crônica caseosa, é necessário esclarecer que a eficácia está no fato
de não haver mais a possibilidade de acúmulo dos cáseos. Já outros sintomas
associados podem apenas melhorar em partes, como a halitose. Sendo assim, esse
problema deve ser diagnosticado com precisão pois a intervenção cirúrgica
implica em riscos cirúrgicos e sintomas às vezes desagradáveis no
pós-operatório.
Renato Tadeu Barufi -
otorrinolaringologista e professor do curso de Medicina da
Universidade de Franca – Unifran
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