Pesquisa revela que parcela
ocupada pelos ultraprocessados no consumo de alimentos por pessoas de 45 a 55
anos saltou de 9% para 16% durante a pandemia
Não é novidade que manter uma rotina capaz de combinar alimentação
saudável e exercícios físicos colabora para o controle do colesterol e o
funcionamento equilibrado do organismo. Porém, apesar de a busca por refeições
balanceadas ter aumentado, o consumo de ultraprocessados também avançou nos
últimos anos.
De acordo com um estudo realizado em 2021 por especialistas do
Nupens (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde/USP) e da UFMG
(Universidade Federal de Minas Gerais), durante a pandemia a parcela ocupada
pelos ultraprocessados no consumo de alimentos por pessoas de 45 a 55 anos
saltou de 9% para 16%.
“Esse dado é preocupante porque o consumo de alimentos
ultraprocessados aumenta em 102% o risco de hipercolesterolemia, ou
seja, de taxas elevadas de colesterol no sangue”,
explica Clarissa Dayane Santos Soares, nutricionista clínica do hospital
HSANP. “Por outro lado, uma dieta balanceada, rica em fibras, frutas,
verduras, legumes e que não inclua frituras, industrializados e gorduras, é
fundamental para manter o controle desse índice”, acrescenta.
A nutricionista reforça que o aumento do colesterol não é o único
risco que uma pessoa corre ao não manter uma boa alimentação. “Também colabora
para o desenvolvimento de sobrepeso, obesidade e síndrome metabólica, o que
pode levar a quadros de diabetes, doenças cardíacas e acidente vascular
cerebral, além de poder aumentar em até 25% a taxa de mortalidade”.
Outro fato importante destacado por Clarissa é a necessidade de
avaliar o nível de gordura de certos pratos. “A carne vermelha, por exemplo,
não precisa ser excluída das refeições, mas é necessário dar preferência para
cortes magros, como maminha, músculo, coxão mole, patinho, lagarto e filé
mignon, bem como para preparos com pouca gordura, grelhados, assados ou
cozidos”, pontua.
Além de manter uma dieta bem equilibrada, é imprescindível
consultar profissionais de saúde e nutrição na hora de montar um plano
alimentar, pois tem se tornado cada vez mais comum a disseminação de dietas e
alimentos “milagrosos” nas redes, com promessas encantadoras que podem acabar
prejudicando ainda mais a saúde.
“É preciso estar atento aos prejuízos de longo prazo provocados
por uma propaganda enganosa. Claro que ficamos maravilhados com uma dieta ou
produto que promete eliminar 10 quilos em 7 dias. Mas devemos pensar que, para
manter a saúde equilibrada, é necessária uma junção de fatores como alimentação
regrada e exercícios. Essas dietas sem embasamento em estudos são prejudiciais
e podem ocasionar doenças inflamatórias e outros danos à saúde”, finaliza
a nutricionista do Hospital HSANP.
Hospital
HSANP
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