Ainda
é tempo de deixar a musculatura mais fortalecida e evitar as dores musculares
mais comuns para quem vive toda a festa. Mas para quem deixar para o último
minuto, alguns cuidados também podem ser tomados para aproveitar ao máximo os
quatro dias.
Cuidados com músculos e
articulações são indispensáveis para quem vai curtir o carnaval. O alerta é
feito de olho nos foliões que já estão há dois anos sem as folias autorizadas e
ansioso para colocar o bloco na rua. Neste período, o atendimento a pacientes
lesionados costuma crescer mais de 50% em postos de saúde e hospitais. De
acordo com a Dra Walkyria Fernandes, Fisioterapeuta, Ph.D. em Ciências da
Reabilitação, entorse de tornozelo, joelho e dores na lombar são as lesões mais
frequentes em quem se joga na multidão festeira, principalmente sem o preparo
físico adequado. A boa notícia é que ainda é tempo de se preparar um pouco e
aproveitar com mais segurança.
Correr atrás do trio, pular nos
bloquinhos e quem sabe ainda assistir aos desfiles de escolas de samba e
baladas noturnas já é uma maratona e tanto para quem tem bom preparo físico,
mas para quem esqueceu as promessas de ano novo e adiou o treino na academia,
especialistas afirmam que dá tempo de deixar o corpo em condições para foliar,
com menor risco de dor. A Dra Walkyria explica que existem duas premissas
consideradas básicas que são superimportantes para essa situação: boa
mobilidade no corpo e musculatura fortalecida. “Se eu não tiver o meu músculo
forte e as articulações mais estáveis, eu vou sobrecarregar mais as
articulações. Se eu tenho um músculo mais forte ele protege as minhas
articulações, então isso ajuda bastante”, explica.
Pequenos treinos, em casa
mesmo, podem ter muita relevância para fortalecer a musculatura. “O ideal é dar
atenção ao fortalecimento de músculos como panturrilha, quadril e abdome,
trabalhar a mobilidade das articulações diariamente, antes e depois do
fortalecimento, e apostar um pouco nos aeróbicos para melhorar o preparo
físico”, orienta Walkyria. As lesões mais comuns no meio da folia atingem
justamente os membros inferiores e coluna lombar, mais exigidos nas atividades
carnavalescas. Isso pode ocorrer por descuido ou por abusar da musculatura. “A
pessoa está empolgada ou às vezes cansada, ou bebeu alguma coisa alcoólica e
perde um pouquinho esse mecanismo de proteção dos ligamentos, acaba pisando em
falso e virando o pé e ele pode acabar comprometendo os ligamentos do
tornozelo; muitas vezes o folião força mais o joelho do que o normal, como não
está acostumado com aquilo, acaba jogando uma sobrecarga maior, ficando com dor
no joelho ou inflamação; outra coisa comum também é a dor lombar. A pessoa
passa muitas horas em pé e às vezes ela compensa um pouco mais com o corpo e
sobrecarrega a lombar também”, detalha a fisioterapeuta.
Despreparados também
podem
Para quem deixou para se
preparar na última hora, ainda assim, pode curtir a folia, no entanto, é
importante ter em mente cuidar para não forçar demais a musculatura, já que a
chance de uma pessoa sedentária se machucar ou ter uma inflamação, uma dor no
corpo, é muito maior porque está menos preparado, segundo a especialista.
“Então se ela puder mudar de posições mais vezes, sentar um pouco, ficar em pé,
se puder alternar, isso ajuda, porque aquela sobrecarga constante, que estava
em uma articulação, possibilita dar um tempo de descanso maior”, comenta. Outra
dica que não pode ser esquecida é a hidratação. “É muito importante também,
porque o corpo precisa estar bem hidratado, para musculatura não entrar em
fadiga, são duas coisas interessantes”, completa.
Em caso de dor: Gelo e
fisioterapia
Se mesmo com todos os
cuidados, o folião ainda assim sentir dores na musculatura por inflamações ou
se lesionar, é importante procurar ajuda profissional imediatamente, mas a
fisioterapeuta também orienta que “a primeira coisa a fazer, no caso do
carnaval, um tempo de exposição grande, com trauma, é a aplicação de gelo por
24 a 48 horas, para diminuir a dor, inflamação, e para diminuir o inchaço”.
Dra.
Walkyria Fernandes -
Fisioterapeuta, Ph.D em Ciências da Reabilitação - Fellow na Universidad de
Sevilla, Espanha. Osteopata da Escuela de Osteopatía de Madrid. Professora da
Universidade Federal do Mato Grosso por quase dez anos, contabiliza duas
décadas de experiência em atendimento a pacientes. Dentre os diversos títulos
como mestrado e doutorado, atualmente trabalha em clínica própria, com os mais
avançados tratamentos a seus pacientes.
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