quarta-feira, 30 de novembro de 2022

O risco das informações incorretas sobre nutrição

 

Promessas de emagrecimento rápido, diminuição de gordura abdominal, suplementos que aumentam a massa muscular em um passe de mágica, shakes, shots, superalimentos e dietas milagrosas. A internet e as redes sociais estão recheadas de falsas notícias, facilmente compartilháveis e virais, sobre nutrição, alimentos e saúde que não têm nenhum embasamento ou comprovação científica. 

Além disso, celebridades, blogueiras, coachs, influenciadores digitais e até mesmo profissionais despreparados que atuam fortemente na mídia social, postam tutoriais de emagrecimento fácil, dietas extremamente restritivas, jejuns prolongados, sem o menor preparo profissional e ético, ou respaldo da ciência. 

A disseminação destes conteúdos nas redes sociais, internet e aplicativos de mensagens têm provocado terrorismo nutricional, prática de dietas extremamente prejudiciais à saúde, desenvolvimento de transtornos alimentares, além da falta de conhecimento sobre alimentação saudável por parte da população. 

Exemplos clássicos são o glúten e os carboidratos, considerados vilões do emagrecimento. O glúten é uma proteína presente no trigo, na cevada e no centeio, nutrientes encontrados em alimentos como pães, torradas, massas e bolos e só deve ser excluída da alimentação de pessoas que têm intolerância a esse nutriente ou doença celíaca. Já os carboidratos são considerados a maior fonte de energia para o nosso organismo e devem ser inseridos na alimentação da maior parte das pessoas. No entanto, é fundamental saber que existem vários tipos de carboidratos e que aqueles considerados mais simples, como o açúcar, devem ser consumidos com moderação. 

Outros modismos como o consumo de água com limão em jejum para emagrecer, a retirada do leite e derivados por pessoas sem intolerância a lactose ou alergia a proteína do leite são extremamente comuns nas redes sociais e não têm fundamento científico. 

Muitas vezes, essas informações são tão incorporadas pelas pessoas, que elas chegam aos consultórios de nutricionistas competentes e desconfiam de suas condutas nutricionais, atrapalhando o acompanhamento nutricional. Nas universidades, alunos ingressam nos cursos de Nutrição com diversos conceitos inadequados sobre nutrição e é um árduo trabalho convencer o aluno de que aquela informação não procede.
 

A Nutrição não é um modismo! É uma ciência séria e deve ser tratada como tal. 

Na dúvida sobre assuntos veiculados nas redes, busque a origem das informações e confirme-as com nutricionistas qualificados.

 


Marcia Nacif - docente do curso de Nutrição da Universidade Presbiteriana Mackenzie, sócia fundadora da nutriON cursos e especialista em Nutrição Hospitalar.

 


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