Levantamento com
mais de 500 famílias traz detalhes de um cenário ainda pouco conhecido no
BrasilUnsplash
Segundo levantamento “Cuidando de Quem Cuida”,
feito pela Genial Care, clínica multidisciplinar de cuidado e evolução de crianças
autistas e suas famílias, o papel protagonista na hora de cuidar das crianças
com Transtorno do Espectro Autista (TEA) está focado na figura materna: 86% das
entrevistadas na pesquisa afirmam que são as responsáveis por estes cuidados.
Em muitas casas, a presença dos pais toma um lugar como coadjuvante nos
cuidados das crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), representando
apenas 10% das respostas.
“Além de observar a forte presença das mães na
educação das crianças, descobrimos também que a maioria das pessoas que cuidam
possuem idades entre 35 e 44 anos. Além disso, já concluíram a formação
superior ou pós-graduação. Uma escolaridade alta comparada à média brasileira.
Para você ter uma ideia, no Brasil, 21% da população possui ensino superior e
apenas 0,8% das pessoas entre 25 a 64 anos concluíram o mestrado (OCDE, 2019)”,
menciona o CEO da health tech, Kenny Laplante.
O estudo da Genial Care ainda mostra que o trabalho
de cuidar pode justificar a ausência no trabalho formal. “Muitas pessoas
perderam seus empregos no Brasil em 2020 e um dos grupos mais afetados foi o de
mulheres mães. O "trabalho de criar" foi ressaltado pela pandemia e
passou a ser em tempo integral – ocupando o lugar antes dividido por um
trabalho formal. Para aquelas que mantiveram seus empregos, a jornada continuou
dupla ou tripla: isso significa que, para todas, há sobrecarga e falta de tempo
para descanso”, comenta a psicanalista Ana Tomazelli.
A intervenção precoce é
crucial
“O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um
transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por prejuízos significativos
na comunicação social e por padrões de comportamento restritos e repetitivos”
detalha a Psicóloga Especialista em ABA e Clinical Coach na Genial, Julia
Amed.
Um dos grandes esforços do momento é a detecção
precoce de crianças de risco, pois está claro que quanto mais cedo se inicia
uma intervenção adequada, melhor o prognóstico e menor a carga familiar e
social. O diagnóstico de TEA ainda é exclusivamente clínico, feito pelo médico
especialista com subsídio de avaliação de equipe multiprofissional.
“Quanto mais cedo se inicia uma intervenção
adequada, maiores as chances de desenvolvimento", reforça a
Neuropsicóloga, coordenadora do Ambulatório de Autismo do Instituto de
Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP)
e assessora científica do Instituto Pensi, Joana Portolese.
Comorbidades - 35% das crianças possuem comorbidade
Comorbidade é o nome dado a outras condições neurológicas que acompanham o diagnóstico de TEA, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), com 46% das respostas, foi a comorbidade mais citada no estudo e se mostra a condição associada mais comum na vida das crianças e dos cuidadores.
Ana
Tomazelli - psicanalista e idealizadora do IPEFEM (Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino e das
Existências Múltiplas). A profissional conta com 20 anos
de experiência no mercado de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas, com passagem
pelas empresas KPMG, Dasa, UnitedHealth Group, Solera Holdings, entre outras.
Pós-graduada em Gestão de Pessoas pela FGV, Administração e Gestão de Empresas
pelo IBMEC, Psicanálise e Saúde Mental (IBCP).
Genial Care
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