quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Black Friday: Armadilhas do consumo excessivo - Como a data pode influenciar na saúde mental?

Especialista dá 5 dicas para estimular o consumo consciente e fugir do endividamento e a inadimplência que continuam elevados


Uma das datas mais esperadas pelo varejo e por quem ama fazer compras está se aproximando - a Black Friday - que vem ganhando força a cada ano no Brasil. E é neste momento que os consumidores estão expostos a muitos ‘descontos imperdíveis’ e ações comerciais que podem aguçar ainda mais a compulsão por compras, o que contribui para elevar ainda mais os índices endividamento e inadimplência. Por isso, Rebeca Toyama, especialista em comportamento e tendências, traz 5 dicas para os consumidores não caírem nas tentações, manterem o consumo consciente a fim de fugir dos indicadores que assombram muitas famílias e comprometem a saúde mental. 

Mesmo com a injeção de recursos no mercado ocorrida durante a campanha eleitoral, a inadimplência continua elevada. Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a inadimplência alcançou um novo recorde em outubro com 30,3% ante setembro com 30%, portanto, esse é o quarto mês seguido de avanços.. 

De acordo com a especialista em comportamento, Rebeca Toyama, ainda existe uma grande preocupação, principalmente, quando se observa os indicadores de intenção de compra para os próximos meses que estão alcançando 97% dos consumidores, e as promoções da Black Friday que intensificam essa alta, de acordo com um levantamento feito pelo NielsenIQ|Ebit. 

Para a Toyama, mesmo diante de uma melhora gradual nos índices de empregabilidade e com as contratações temporárias que auxiliam os brasileiros, esse é um momento de cautela e de se aproximar do consumo consciente e da sustentabilidade. 

“A Black Friday acaba atuando como uma vilã do consumo consciente e estimulando o distúrbio de compulsão por compras que impacta não apenas a saúde financeira, mas também a saúde mental e emocional, portanto, é necessário ter cautela e entender o que realmente é necessidade de compra”, alerta Rebeca Toyama, especialista em comportamento e tendências. 


Necessidade ou impulso?

Rebeca ainda ressalta que o ser humano lida com o dinheiro muito mais com o coração do que com a cabeça, portanto, as pessoas compram sem analisar, e é isso que compromete o orçamento doméstico e as distancia de práticas de consumo sustentável. 

Para diferenciar o que é uma compra necessária de uma compra por impulso, Rebeca Toyama, sugere fazer uma lista de desejos e prioridades antecipada, além de planejar e definir os gastos antes de aproveitar as oportunidades que a data oferece, tudo para não ficar no vermelho. 

Também vale ressaltar que um fator de alerta para saber se há uma compra por impulso é observar os motivos que resultam na ida às compras: frustração, busca por felicidade, estresse ou até mesmo a ansiedade. Os distúrbios são padrões persistentes e previsíveis, para o compulsivo não há limite e a compra nunca é suficiente. Mas vale lembrar que a compulsão deve ser tratada como um distúrbio podendo causar desconforto psicológico, inquietação e até sintomas de depressão. 


Por que precisamos nos aproximar da temática de consumo consciente e sustentabilidade? 

É principalmente em datas comemorativas que oferecem uma grande oportunidade de compra que precisamos nos atentar. O consumo consciente, tão comentado nos últimos anos, significa trazer para o dia a dia hábitos mais saudáveis e se atentar em cada etapa do processo de produção daquele item que deseja comprar, vale ainda dizer que o maior objetivo é causar o menor impacto negativo no ambiente e prezar pela qualidade de vida das pessoas. 

“Todos precisamos nos sensibilizar com essa causa e pensar no futuro do planeta. Por isso, é essencial adquirirmos em nossas vidas práticas de consumo consciente, não se trata de não comprar, mas saber escolher o que e quando comprar para não comprometermos nossa saúde financeira ou psicológica. Esse é o melhor caminho, tanto para o bolso como para um mundo sustentável.”, finaliza Rebeca. 


Rebeca Toyama, especialista em comportamento e tendências, trouxe 5 dicas para os consumidores não caírem nas tentações da Black Friday e manterem o consumo consciente: 

  1. Faça uma lista do que você gostaria de comprar na Black Friday e pesquise os preços com antecedência, não apenas para comparar e não cair nas armadilhas promocionais, mas principalmente, para saber se os gastos cabem em seu orçamento; 
  2. Antes de realizar uma compra, pense que você está tendo uma oportunidade de contribuir com o planeta, analise o impacto do descarte da embalagem no meio ambiente, o nível de responsabilidade social da marca e, principalmente, se existe uma forma mais sustentável de você atender a sua necessidade, isso pode evitar compra desnecessárias;
  3. Faça dos 5 Rs um grande aliado para resistir às ofertas tentadoras da Black Friday. Repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar. Sentir que você está contribuindo com uma causa maior, como a sustentabilidade do planeta, pode ser de grande valia no combate ao consumismo;
  4. Cuidado com os parcelamentos, principalmente, com o cartão de crédito. Os níveis de endividamento e inadimplência do brasileiro estão em níveis alarmantes e representam riscos para saúde financeira e emocional;
  5.  Fique atento aos apelos promocionais no mundo digital, para sair ileso da Black Friday, além de práticas de consumo consciente, será necessário que você tenha consciência digital.


Rebeca Toyama - fundadora da ACI, signatária do Pacto Global da ONU. Mestre em Psicologia Clínica e Administradora. Especialista em educação corporativa, carreira e bem-estar financeiro. Atua há 20 anos como palestrante, mentora e coach. Integra o corpo docente da pós-graduação da ALUBRAT, da Galícia Educação, da Universidade Fenabrave e do Instituto Filantropia. Colaboradora do livro Tratado de Psicologia Transpessoal: perspectivas atuais em psicologia: Volume 2; Coaching Aceleração de Resultados e Coaching para Executivos.

 

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