segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Causado pelo estresse, bruxismo afeta 30% da população mundial, segundo OMS

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Especialista do Hospital paulista alerta que mulheres estão entre as principais afetadas 

 

Considerado o mal do século, o estresse é um importante desencadeador de sintomas e questões da vida contemporânea. Entre os danos que ele pode trazer à saúde estão a insônia, ansiedade e o bruxismo, condição que afeta 30% da população mundial e 40% dos brasileiros, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Dra. Juliana Mussi, cirurgiã buco-maxilo-facial do Hospital Paulista, explica que o problema é caracterizado pelo apertamento ou rangido dos dentes e causa uma desordem funcional marcada pelas atividades repetitivas dos músculos utilizados para a mastigação. 

Incômodo e doloroso, o bruxismo conta com duas manifestações distintas: no sono, que ocorre o enquanto as pessoas dormem; ou em vigília, caracterizado como o apertamento dos dentes no decorrer do dia, quando o indivíduo está acordado. 

Segundo a especialista, um dos pontos dessa disfunção é o acometimento da articulação temporomandibular (ATM), que liga a mandíbula ao crânio, podendo causar dificuldade mastigatória e de abertura da boca. 

“Desgastes e fraturas dentárias, retração gengival, lesões na língua/mucosa oral estão entre principais resultados dessa condição tão incômoda que é o bruxismo.” 

Além dos sintomas, a cirurgiã alerta que o bruxismo pode levar ao surgimento da ATM, e as pessoas podem sofrer dos chamados sintomas otológicos, que incluem dores de ouvido, zumbidos e sensação de ouvido tapado. “Isso acontece devido à proximidade de estruturas anatômicas”, reitera.

 

Diagnóstico

O bruxismo pode se manifestar na infância, adolescência e na vida adulta, e tem como principais causas tensão, ansiedade, estresse. Além disso, ele pode surgir associado a outras doenças. Segundo Dra. Juliana, a condição pode afetar tanto adultos, como crianças. 

A especialista explica que o bruxismo pode acometer indivíduos em qualquer idade, no entanto, é mais comum em pessoas com alto índice de estresse. “Poucos sabem, mas as mulheres têm mais chances de desenvolver o problema, e representam a maioria dos casos.” 

O diagnóstico pode ser feito por meio de avaliação odontológica e dos sintomas ou pelo exame de polissonografia, recomendado para identificar o grau do distúrbio e orientar o especialista sobre o melhor tratamento.

 

Tratamento

Segundo a especialista, algumas pessoas acreditam que a condição não tem tratamento, o que não é verdade, o que acontece é que de fato, o bruxismo não tem cura. 

“No entanto, é possível controlar os sintomas e diminuir consideravelmente os danos causados por meio dos tratamentos e da abordagem individualizada para o quadro de cada paciente”, explica. 

A placa oclusal -- tipo de aparelho odontológico que evita o atrito entre os dentes -- é um dos tratamentos clínicos mais populares. Segundo a cirurgiã, de acordo com cada quadro, uso de medicamentos, fisioterapia, terapias alternativas para minimizar o estresse e até avaliação psicológica podem ser recomendados. 

"Apesar de existirem opções de tratamento e as pessoas conseguirem conviver relativamente bem com a disfunção, é necessário levar em consideração que o bruxismo é incômodo. É possível prevenir por meio de ações simples, como estilo de vida leve e hábitos saudáveis. Eles podem ajudar a evitar o problema, assim como evitar o aumento da ansiedade e estresse”, finaliza.


Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


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