terça-feira, 28 de junho de 2022

Estiagem exige cuidado redobrado com safra de tomate

Planta com larvas de Mosca-branca

Traças, Mosca-branca e ácaros podem dar muita dor de cabeça se manejo, preparo de solo e prevenção não forem adotados de maneira e na hora correta nos períodos de seca

 

Com a chegada do inverno as principais regiões produtoras de tomate do País passam a enfrentar um período de seca, entre julho e agosto. Isso acende um alerta para o agricultor, que deve passar a ter cuidados redobrados com as traças-do-tomateiro ou Tuta absoluta (Meyrick); Mosca-branca, Bemisia tabaci (Gennadius) biótipo B e ácaros. O consultor técnico da Mogiana Tecno Agro, revenda de produtos agrícolas, e consultoria agronômica, que atua em fazendas de Minas Gerais e interior de São Paulo, João Henrique Dias, conta que estas pragas se não controladas podem causar prejuízos enormes, com perda de frutos e má qualidade deles.

Falando da traça-do-tomateiro é importante destacar que atacam desde as folhas até os frutos, e que é recomendado muita atenção ao menor sinal de presença deste inimigo indesejado. Os cuidados nesse caso são aplicações preventivas, com atenção ao período de carenência dos ativos para ter um produto zero resíduos, exigência dos órgãos regulatórios e de fiscalização tanto no Brasil, quanto no exterior.  Segundo Dias, já houve casos de lavouras, com alto ataque de traças, de não haver colheita, são casos extremos, mas acontece. Também é comum a traça riscar o fruto e assim comprometer o seu valor de mercado.

“Se uma caixa de tomate seria vendida a R$100,00, com esses ataques, passa a valer R$ 30,00, além disso, há desfolha e com isso impacto na capacidade de fotossíntese da planta, alterando desenvolvimento vegetativo e reprodutivo  da mesma”, pontua o profissional.


Outros problemas

A Mosca-branca também é outra vilã do tomateiro, que em cenário favorável ao seu desenvolvimento se torna incrivelmente agressiva, provocando enormes perdas na produção. Os danos diretos são o ataque aos frutos, com liberação de excrementos com alta concentração de açucares, que favorece o aparecimento de estruturas escuras de fungos (fumagina). Além disso, os tomates têm amadurecimento desigual e ficam com a parte interna parecendo um isopor, o que os deixam impróprios para o comércio. E ainda danos indiretos, pois pode transmitir dois tipos de vírus à planta: os geminivírus e os crinivírus.

Por isso, o produtor deve ter atenção especial com todos os estágios de desenvolvimento  da praga, ovo, ninfa e adulto, adotando manejo com  aplicações de controle semanais assim que identificada a presença dos insetos na área. “Ela pode causar em plantas mais novas a virose, na mais adulta, já colhendo, causa danos ao fruto, manchando-o e sem uma boa coloração, perde valor de mercado também. Nas plantas novas, se tiver problema de virose, a produção pode cair de 30 a 40%”, ressalta Dias.

Outra preocupação é com o ácaro, que causa no tomateiro o amarelando das folhas, perdendo a capacidade de fotossíntese e assim diminuindo a produção principalmente da ponteira da planta, interferindo na qualidade de fruto e até produção total por área, estimada em redução de 5% a 10%. “Para se evitar tudo isso é preciso acompanhamento semanal, com verificação visual, já que ácaro não tem prevenção”, reforça o consultor.


Raiz é estratégia

O engenheiro agrônomo na DVA Agro, Jairo Augusto de Oliveira, fala que além do manejo fitossanitário, é preciso cuidados com o solo e a nutrição das plantas para passar períodos de estresse como o da estiagem. Segundo ele, um bom enraizamento de planta ajuda bastante os tomateiros nos próximos meses e ainda conhecer a área de plantio. “Além, claro, de utilizar produtos como os bioativadores de desenvolvimento radicular, biocarreadores para melhor aproveitamento os nutrientes no solo, e com isso ter plantas bem nutridas, estimuladas quanto a capacidade fotossintética, mais equilibradas e que irão sofrer menos com ataques de pragas e doenças”, explica Oliveira.

A empresa possui uma ferramenta importante nesse sentido, o Glabraneen, um fertilizante potássico, com uma alta concentração de carbono e matéria orgânica. Esta é uma solução composta por extratos botânicos e que deixa zero resíduos nos frutos e por consequência, um alimento mais saudável para o consumidor. “Também estamos vendo resultado de produtos botânicos superiores aos químicos à campo, já que as pragas têm desenvolvido resistência a essas formulações sintéticas e esses extratos agem nelas por mecanismos com diversas moléculas e modos de ação, não conseguindo elas driblá-los”, afirma o engenheiro agrônomo.

Esse produto possui extrato de duas leguminosas indianas, a Pongamia e Azadirachta, que juntas têm sinergia e efeito superior do que quando utilizadas de maneira individual. O engenheiro agrônomo relata que a ferramenta ataca as pragas de diversas maneiras, obrigando-as a parar de se alimentar, de se locomover, não conseguindo fazer a mudança de ínstares, além de atuar diretamente na ovoposição, já que as fêmeas produzem ovos inviáveis e que não eclodem. Além disso tudo, o Glabraneen ainda tem efeito antioxidante, que retarda o envelhecimento da planta e a torna com mais vigor e sanidade.


Resultados de pesquisa

A multinacional realizou a validação do Glabraneen de eficiência no controle da traça-do-tomateiro, por exemplo, alcançando até 100%. No campo, trabalhos conduzidos pelo profissional da DVA Agro a solução também ótimos resultados, e com aplicações semanais desde o início na cultura é possível conduzi-la sem as principais pragas e com plantas mais sadias.


Zero resíduos

O mundo está voltado para a produção e consumo de alimentos cada vez mais saudáveis. Grandes produtores e redes de abastecimento estão focados e cientes em busca de soluções com baixo índice de resíduos e alta performance, indo de encontro ao aumento das fiscalizações pelos órgãos responsáveis e rastreabilidade.  “Por isso temos trabalhado cada vez mais com produtos com certificação orgânica, com efeito por exemplo no controle de pragas, mas que ao mesmo tempo não represente risco algum no consumo humano”, reforça Oliveira.


 

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