quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Emplacamentos de veículos têm leve queda em outubro, mas crescem no acumulado

Com um dia útil a menos, outubro não apresentou bons resultados para a maior parte dos segmentos automotivos, à exceção de Automóveis e Ônibus. Já no acumulado, de janeiro a outubro/2021, houve alta de 16,15% para o setor em geral.

 

Com um dia útil a menos em relação ao mês anterior, outubro/2021 (20 dias) registrou baixa de -1,78% nos emplacamentos de veículos, incluindo todos os segmentos automotivos (exceto tratores e máquinas agrícolas, que não são emplacados). Os dados são da FENABRAVE – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, segundo a qual foram licenciadas 276.033 unidades no mês, contra 281.026 em setembro/2021. Na comparação com o mesmo mês de 2020, quando 332.852 veículos zero km foram comercializados, a queda de outubro/2021 chegou a -17,07%.

Já no acumulado, de janeiro a outubro de 2021, os emplacamentos seguem com resultados positivos, com alta de 16,15% sobre o mesmo período do ano passado, totalizando 2.863.349 unidades, contra 2.465.260 emplacadas em igual período de 2020.

O setor, em geral, continua sendo afetado pela crise global de abastecimento de componentes para a produção industrial. “Os emplacamentos de todos os segmentos automotivos vêm oscilando, de acordo com o fluxo de produção. A demanda se mantêm alta, por parte do consumidor, mas há segmentos em que a espera por um veículo pode levar meses, em função dos baixos estoques das Concessionárias, que não estão conseguindo ter todos os pedidos atendidos pelas fábricas, devido à falta de insumos e componentes. Esperamos pela normalização da produção, mas acreditamos que isso só ocorra em meados de 2022, na melhor das hipóteses”, esclarece Alarico Assumpção Júnior, Presidente da FENABRAVE.

 


Resumo Mensal Outubro de 2021 – Tabela Geral e por Segmento

 

Automóveis e Comerciais leves

Apesar da baixa nos emplacamentos de Comerciais Leves, a recuperação nos licenciamentos de Automóveis fez com que os segmentos, somados, registrassem crescimento em outubro sobre setembro/2021. Também o acumulado do ano, até o momento, vem se mantendo positivo, mas, além da produção, outros fatores começam a preocupar. De acordo com Assumpção Júnior, o cenário econômico pede atenção. “A recente alta nas taxas oficiais de juros e a possibilidade de novas elevações podem influenciar a decisão de compra por parte do consumidor e na oferta de crédito, que pode se tornar mais seletivo. É um cenário que estamos observando, com muita atenção”, diz.

Caminhões

A queda, em outubro, segundo o Presidente da FENABRAVE, está mais relacionada ao menor número de dias úteis sobre setembro, e não por alterações na demanda. “O mercado de Caminhões se mantém positivo e os emplacamentos vão seguindo a capacidade de entrega das montadoras. Alguns modelos, como os extrapesados, já estão com previsão de entrega para o fim do 1º semestre de 2022”, afirma. “Na média, as entregas estão sendo agendadas para um prazo de 90 a 120 dias”, finaliza.

Ônibus

Apesar da alta em outubro/2021 sobre setembro/2021, os demais períodos comparativos foram críticos para o segmento de ônibus, que foi o que mais sofreu com a pandemia e o isolamento social.

Mas, de acordo, com Assumpção Júnior, as perspectivas para o segmento podem melhorar, em 2022. “A vacinação avançou bastante no Brasil, há perspectivas de retomada no turismo e alguns programas de transporte público podem ser retomados no ano que vem, como o Caminho da Escola. Caso isso se confirmem essas tendências, será uma boa mudança para o segmento”, explica.

Implementos Rodoviários

Bastante atrelados ao segmento de Caminhões, os Implementos Rodoviários tiveram alta de mais de 40%, até o momento, este ano, com resultados superiores aos de setembro/2021, assim como na comparação com outubro de 2020. “É um segmento que depende menos de componentes importados. Por isso, tem uma capacidade um pouco maior de atender à demanda, neste momento”, afirma o Presidente da FENABRAVE.

Motocicletas

As altas seguidas, nos custos de combustíveis, o aumento nos serviços de delivery e a procura por um transporte individual e econômico mantêm a demanda por Motocicletas aquecida, ainda que os resultados, de outubro, tenham ficado abaixo das expectativas. “A baixa nas vendas ainda é reflexo da oferta menor de produtos, mas, a partir de agora, também temos que ficar atentos à alta nas taxas de juros e à maior seletividade do crédito, que podem impactar, negativamente, na demanda. Hoje, a aprovação de crédito, para o segmento, se mantém em 4,8 aprovações para cada 10 propostas enviadas”, diz Assumpção Júnior. O agendamento de entregas de motos, ao consumidor, gira entre 90 e 120 dias.

Tratores e Máquinas Agrícolas

Obs.: Por não serem emplacados, tratores e máquinas agrícolas apresentam dados com um mês de defasagem, pois dependem de levantamentos junto aos fabricantes.

A demanda se mantém aquecida e, assim como Caminhões e Implementos Rodoviários, o segmento se vale do bom desempenho do agronegócio. “Segundo nossas projeções, deve registrar alta de mais de 20% em relação ao ano passado, número acima da média estimada para todo o Setor, que é de 11,1%”, diz Assumpção Júnior.

 

PROJEÇÕES INALTERADAS

Diante de um cenário econômico ainda instável, com alta nas taxas de juros, que podem comprometer crédito, crise hídrica, aumento dos preços dos combustíveis e ainda dificuldades para regularização da produção industrial, a FENABRAVE manteve as últimas projeções para 2021, divulgadas no início de outubro.

TABELA DE PROJEÇÕES DIVULGADAS PARA 2021

As primeiras projeções da FENABRAVE foram feitas em janeiro deste ano, antes do agravamento do abastecimento de peças e componentes na indústria e da segunda onda da pandemia, entre outros fatores que influenciaram nas tendências para o setor e seus segmentos automotivos, fazendo a entidade ajustar suas expectativas, para o ano de 2021, em julho.

Em outubro, a Federação realizou sua última revisão de projeções, considerando todo o cenário e conjuntura atuais.

Vale ressaltar que, por não serem emplacadas, as Máquinas Agrícolas têm suas projeções consideradas à parte, ao final da tabela abaixo.



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