Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Leandro Faustino explica como funcionam as etapas da cicatrização e destaca as medidas preventivas que podem oferecer melhor resultado final
Como
vai ficar a cicatriz? Essa é uma preocupação frequente de quem planeja passar
por uma cirurgia plástica mas, embora seja um resultado inerente deste tipo de
procedimento, o que muita gente não sabe é que há medidas preventivas que podem
garantir cicatrizes quase imperceptíveis. E mais: que há diversos tratamentos
que podem melhorar a aparência final de cicatrizações já existentes e pouco
estéticas, como as traumáticas, decorrentes de acidentes.
“Hoje
em dia há cuidados que podem ser adotados pelo médico antes, durante e depois
da cirurgia que garantem uma recuperação melhor, abrangendo inclusive a
verificação do bom estado de saúde do paciente antes do procedimento e uma
alimentação adequada, especialmente baseada em proteínas”, explica o cirurgião
plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Leandro
Faustino. “É preciso estar atento aos riscos de infecções nas incisões e fazer a
sutura por planos diferentes, ou seja, em várias camadas, além de evitar que o
fechamento do corte cause o tensionamento da pele, prejudicando a aparência
final”, acrescenta. “Em complemento, a recomendação é o uso de cola cirúrgica e
fios especiais que reduzem a probabilidade de complicações”.
Faustino
destaca que a atenção no pós-operatório é outro fator fundamental. “A critério
médico, podem ser prescritos vários tipos de tratamentos como pomadas
hidratantes, placas de silicone, fitas adesivas que ajudam na compressão e até
mesmo a aplicação de laser ou infiltrações de corticóide em situações
específicas”, enumera o especialista. “Somente em último caso, é realizada a
reabertura da incisão e a execução de uma nova cicatriz”, ressalta. “Esses são
recursos muito usados hoje também para reparar cicatrizes resultantes de
acidentes e traumas, em geral irregulares e muitas vezes com aparência pouco
estética”.
O
cirurgião plástico acredita que é importante que o paciente entenda as fases da
cicatrização, até para passar pelo processo com menos ansiedade e mais
tranquilidade. “Existe uma fase inicial em que o corte precisa fechar, que dura
cerca de sete a 10 dias, onde a pessoa ainda está com os pontos e o cuidado
principal é evitar que eles se rompam”, alerta. “Na fase posterior, entre 10 e
30 dias, há uma proliferação de colágeno, que ocorre basicamente depois que a
gente tira os pontos, e onde o ponto de atenção está na observação se está se
desenvolvendo ou não um excesso nessa cicatriz, se ela começa a ficar mais
plana”, comenta. “A última fase é a de remodelação, que vai de 30 a 60 dias até
um ano depois da cirurgia, sendo a coloração a última coisa que se modifica e
vai ficando mais próxima novamente à cor da pele do paciente”, esclarece. “É um
processo lento e precisa ter paciência para esperar”.
Um
equívoco muito comum, segundo Faustino, é o costume de chamar todas as
cicatrizes pouco estéticas de queloide, o que acabou se tornando uma maneira
popular de indicar os problemas nas incisões. “O queloide é formado por um
excesso de colágeno na pele, forma uma elevação muito grande, com consistência
bastante endurecida, que muitas vezes gera até dor ou prurido, e em alguns
casos não cresce só no local da incisão cirúrgica, mas fora também”, informa.
“Mas este está longe de ser o principal problema que temos, corresponde apenas
a 5% dos casos, o mais comum é termos cicatrizes alargadas, deprimidas ou muito
pigmentadas, sejam escuras ou claras demais”.
Outra
questão que tira o sono dos pacientes é o fato de já ter alguma cicatriz pouco
estética no corpo e acreditar que uma incisão de cirurgia plástica vai ter o
mesmo resultado e aparência. De acordo com Faustino, não necessariamente será
assim. “Sem dúvida existe sim uma tendência de incisões feitas nas mesmas
condições resultarem em cicatrização parecida, mas o que precisamos saber é se
todos os cuidados adequados foram tomados por ocasião da cicatriz
pré-existente”, destaca. “O que acontece é que muitas são ocasionadas por
acidentes, em situações de risco onde os cortes são irregulares e sem controle,
muitas vezes com infecções, o que é muito diferente de uma incisão cirúrgica
linear, planejada, feita com assepsia, e que tende a melhorar muito seu
aspecto”, diz. “Por isso é fundamental que o médico tenha acesso ao histórico
completo do paciente para poder avaliar corretamente os possíveis resultados”,
finaliza.
Leandro Faustino - Formado
em medicina pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e com residência
em cirurgia plástica na UNIFESP, passou parte de sua residência no mundialmente
famoso Massachussets General Hospital, da Universidade de Harvard, nos EUA. Dr.
Leandro Faustino coleciona especializações em instituições renomadas
brasileiras e internacionais que possibilitam que ele realize com excelência
mais de 30 procedimentos estéticos e de reconstrução.
Instagram: @drleandrofaustino
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