Turbilhão emocional provocado pela pandemia de
Covid-19 exigiu muito esforço, direto e indireto, do coração humano
No Setembro Vermelho, mês voltado aos cuidados com o coração, em
meio a uma pandemia ainda se faz presente, sentimentos, emoções e hábitos
desenvolvidos ao longo do período, em muitos casos acompanhados de ansiedade e
depressão, este órgão pode estar sobrecarregado. O cardiologista André
Gasparoto, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, alerta para os
riscos de infarto relacionados ao estresse.
O medo da Covid-19, durante meses afastou muita gente dos
ambientes médicos. Paralelamente, as condições gerais de bem-estar emocional
foram afetadas por outras inseguranças e isolamentos, gerando uma cadeia de
eventos que comprometem a saúde como um todo. “Menos consultas médicas, menos
exames de rotina, saúde mental comprometida, afastamento de pessoas queridas,
menos exercícios físicos, menos controle de peso, menos alimentação saudável.
Tudo isso pode sim levar o coração ao sofrimento e até ao infarto”, explica
Gasparoto.
Um estudo nacional, realizado pela Sociedade Brasileira de
Cardiologia (SBC) em seis (6) capitais brasileiras, demonstrou aumento de
mortes por doença cardiovascular em até 130% durante a pandemia. Os principais
fatores para o aumento significativo destes dados foram o medo de procurar
serviços de emergência, falta de serviço de emergência (especialmente no setor
público) pela alta demanda de infecção pelo Coronavírus, falta de assistência
básica em ambulatórios e consultórios.
Gasparoto, a seguir, tira as dúvidas comuns sobre a relação entre
corações e mentes:
Emoções como raiva, estresse e ansiedade podem comprometer o
funcionamento do coração?
Sim, é verdade. Alterações psicológicas possuem relações diretas e
indiretas com o funcionamento adequado do coração.
Essas desordens possuem relação direta com o aumento da pressão
arterial, com a frequência cardíaca e com insônia. Essas alterações podem estar
ligadas ao aumento na probabilidade de infarto, arritmias e acidente vascular
cerebral.
Indiretamente, essas patologias, mesmo que transitórias, estão
intimamente relacionadas a uma dieta pior, aumento de peso, piora dos níveis do
colesterol e da glicemia capilar.
Quais sinais devem nos levar a consultar um cardiologista?
Existem alguns sinais que chamamos de “sinais de alerta”.
Dor no peito, falta de ar, palpitações frequentes, desmaio,
dificuldade súbita em movimentar algum dos membros do corpo. Todos esses sintomas
devem levar à procura imediata por auxílio médico, preferencialmente com um
cardiologista.
Caminhar é mesmo um remédio para o coração?
Caminhar é um excelente remédio para o coração e para a saúde
mental.
Além de ajudar no controle de peso, na pressão arterial, na
redução de hábitos não saudáveis, ajuda a espairecer a mente.
O ideal é passar com um cardiologista antes de iniciar uma
atividade física, para verificação do histórico clínica do paciente, exame físico
e eventualmente exames complementares, para que a atividade física seja segura.
Também é importante reforçar que o sedentarismo é considerado
quando não se realiza pelo menos 150 minutos de atividade física regular por
semana. O sedentarismo é um dos piores males ao coração.
Quais são os exames básicos recomendados para um primeiro check-up
no coração?
Os exames complementares em um check-up variam de acordo com
doenças pré-existentes, alterações no exame físico e idade do paciente. Eles
podem variar de um simples eletrocardiograma a exames invasivos, como o
cateterismo cardíaco.
O melhor check-up é o individualizo, para atender às necessidades
dos pacientes.
BP
– A Beneficência Portuguesa de São Paulo
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