Entenda os riscos da Sepse, doença letal, que acontece dentro e fora dos hospitais e mata 240 mil brasileiros por ano
Entidades de saúde em
todo o mundo discutem nesta semana sobre a sepse, doença potencialmente grave e
caracterizada por um conjunto de manifestações críticas que se espalham pelo
organismo, produzidas em resposta à evolução de um quadro infeccioso. O Brasil
está entre os países com as maiores taxas de letalidade por sepse, também
chamada de infecção generalizada.
Segundo dados do
Instituto Latino-Americano da Sepse (ILAS), a estimativa de ocorrência do
quadro no país chega a 670 mil casos por ano, sendo 240 mil de pacientes fatais
em decorrência da doença, que durante sua manifestação pode levar a queda da
pressão arterial, falência de órgãos, entre outros sintomas.
O debate do assunto
visa conscientizar a sociedade sobre as medidas necessárias que podem garantir
sua prevenção. A Global Sepsis Alliance (GSA) instituiu setembro como o
dedicado à doença, chamando atenção para os riscos desta infecção tão perigosa
A sepse é causada por
bactérias e vírus, por conta de uma disfunção, que fazem com que o sistema
circulatório não consiga suprir as necessidades sanguíneas de órgãos e tecidos,
levando a uma condição potencialmente fatal.
Segundo a Dra. Niedja
Curti, Gerente Médica do Hospital Municipal Evandro Freire/ CER-Ilha,
gerenciado pelo CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João
Amorim"), embora a probabilidade seja maior em casos de pacientes que já
se encontram hospitalizados para tratamento de um quadro infeccioso, existe um
grupo de pessoas ainda mais suscetível à sepse.
"Qualquer pessoa
pode sofrer com a infecção generalizada, entretanto, alguns grupos são mais
suscetíveis a desenvolverem casos críticos de infecções. Crianças com menos de
um ano, bebês prematuros, idosos, pacientes que passaram por quimioterapia,
usuários de corticosteróides, portadores do vírus HIV, pacientes com câncer,
diabéticos ou aqueles com doenças crônicas, como insuficiência renal estão
entre os com riscos maiores", alerta a especialista.
A médica reforça que
as causas mais comuns que levam a essa disfunção são infecções nos pulmões, na
pele e na região abdominal em órgãos como apêndice, intestino, rins, além de
infecções urinárias ou meningite.
Como identificar a
sepse?
De acordo com a Dra.
Niedja, nosso organismo atua constantemente se defendendo de agentes externos,
uma reação comum e que, em condições normais de saúde, pode ocorrer sem
quaisquer sintomas.
"Quando o corpo
não consegue fazer esse processo, a infecção faz com que o organismo lance
mecanismos de defesa que prejudicam suas funções vitais", explica a
médica.
Nesses casos, o
paciente pode apresentar sintomas como queda de pressão arterial, diminuição na
produção de urina, falta de ar, taquicardia, alteração de consciência, fraqueza
extrema e vômito.
Prevenção e
tratamentos
Segundo a médica, a cura
da sepse está diretamente ligada ao status clínico do paciente e a expertise da
equipe médica de atuação no caso. "É necessário que os profissionais
tenham sensibilidade na detecção precoce dos sinais no paciente para uma rápida
atuação", alerta.
Além disso, a
disseminação de informação é fundamental para conscientizar os profissionais de
saúde e a população sobre os riscos da sepse e sua gravidade. "A data é
importante para fomentar a divulgação de medidas preventivas, tratamento e
cuidados que contribuem para reduzir os índices de letalidade."
Segundo a
especialista, é necessário estarmos atentos, pois a sepse não acontece apenas
no ambiente hospitalar. "Como medida preventiva é importante não se
automedicar, cultivar hábitos saudáveis e não fazer uso desnecessário de
antibióticos", finaliza a médica.
CEJAM - Centro de
Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim"
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