Recurso terapêutico pode ajudar a controlar o estresse e
aliviar a tensão no retorno à "normalidade"
Depois de tanto tempo de afastamento
do convívio social com familiares, amigos e colegas de trabalho, a volta da
“normalidade” e a retomada das interações sociais podem provocar um certo estranhamento,
desconforto e um misto de euforia e insegurança.
Essa é a avaliação da arteterapeuta
Myrian Romero, coordenadora do Centro Internacional de Mandala, Arte e Simbolismo
(Ceimas).
“Se, para alguns, a expectativa de voltar à rotina de antes da pandemia é um
fator de alívio e esperança, para outros pode ser um gatilho para o estresse”,
destaca.
Para a especialista, em momentos de
transição ou angústia diante do que virá no pós-pandemia, a palavra de ordem é
encontrar o equilíbrio. “Atividade física, meditação, estar ao ar livre, entre
outras atitudes, ajudam a controlar o estresse, mas o que de fato faz a
diferença é o autoconhecimento. As mandalas terapêuticas trazem uma
contribuição importante nesta jornada, pois favorecem uma enorme descarga de tensão
e revelam o principal foco da angústia”, ressalta Myriam Romero.
O processo terapêutico consiste em
desenhar livremente dentro do círculo, estabelecer associações livres e
dialogar sobre as percepções a respeito da imagem. “Com a ajuda deste recurso,
o indivíduo consegue nomear emoções e sentimentos que não estavam claros e
começar a elaborar melhor questões internas”, explica a arteterapeuta.
Myrian Romero acrescenta: “Sentir um
certo estranhamento em retomar o convívio social depois de muitos meses em
isolamento é natural, mas quando os sintomas estão exacerbados, isso fica
visível na mandala e, geralmente, o próprio paciente reage a alguns elementos
revelados na imagem”.
Nesses casos, em que a situação
evolui para uma fobia social, a especialista recomenda que o tratamento seja
multidisciplinar, com auxílio de psicólogo e, se necessário, médico psiquiatra.
“As mandalas dão mais clareza no
processo de autoconhecimento, revelando aspectos da personalidade que mais
incomodam e agradam. A partir daí, o tratamento convencional, com psiquiatra e
psicólogo, tende a ser mais efetivo", avalia Romero.
Myrian Romero -
arteterapeuta e pós-graduada em Gestão Emocional nas Organizações pelo Hospital
Israelita Albert Einstein e em Psicologia Transpessoal pela Associação
Luso-Brasileira de Transpessoal (Alubrat). Certificada MARI® (Mandala
Assessment Research Instrument) e Creating Mandala Program, ministrado em
Atlanta, nos Estados Unidos, por Suzanne Fincher, autora de vários livros sobre
o tema. Atualmente, é coordenadora do
Centro Internacional de Mandala, Arte e Simbolismo (Ceimas) e professora em
programas de Pós-Graduação.
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