Especialista
explica como mudanças de hábitos podem contribuir para evitar situações que
associem o fumo à rotina
Durante a pandemia de
Covid-19, o tabagismo se mostrou fator de risco para o agravamento de sintomas
da doença. Embora as estatísticas apontem uma redução de tabagistas no País, os
dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), mostram que 200 mil mortes anuais
no Brasil ainda são causadas pelo tabagismo e, atualmente, 11% da população
brasileira com mais de 18 anos é fumante. Segundo a Organização Mundial de
Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo,
sendo responsável por 63% dos óbitos relacionados às doenças crônicas não
transmissíveis.
Uma das alternativas
para quem busca parar é realizar atividades diferentes na rotina, como hobbies,
ou investir em exercícios físicos, por exemplo. Estas mudanças no dia a dia
auxiliam a identificar possíveis gatilhos que acendem a vontade de fumar.
A coordenadora e
professora do curso de Psicologia
da Faculdade Anhanguera de São Bernardo do Campo, Sueli Cominetti Corrêa explica que os
programas de apoio ao fumante, normalmente sugerem que a pessoa marque uma data
para parar de fumar e que vá adotando a redução possível antes deste período,
diminuindo a quantidade de cigarros ou aumentando os intervalos, por exemplo.
"Ao escolher esta data, é importante que a pessoa programe atividades boas
para aquele dia, para que estas experiências a auxiliem e o foco seja
outro.", ressalta.
A psicóloga também lembra
que a nicotina é uma substância psicoativa, portanto, ela interfere nas funções
do Sistema Nervoso Central. "Ao fumar, a pessoa ativa regiões do cérebro e
experimenta sensação de compensação, de prazer e, exatamente por isso, o ato de
fumar costuma ocorrer quando a pessoa está sobrecarregada, com estresse ou
agitada. A pausa do trabalho, o cafezinho no serviço e outros pontos da rotina
passam a ser acompanhados do cigarro - que acaba associado à sensação de alívio
para muitas pessoas.", explica a especialista.
Outras questões que
auxiliam na redução ou parada total de consumo do cigarro também estão
associadas além da vontade, como a mudança de rotina e a adoção de válvulas de
escape para situações desencadeadoras de ansiedade. "Além do
acompanhamento médico, a observação dos fatores desencadeantes auxilia muito na
conquista de outras estratégias, inclusive no fortalecimento emocional. Prestar
atenção na própria rotina - não só nos afazeres, mas nas sensações e
sentimentos experimentados - é muito importante. Pequenas ações como mudar
hábitos de alimentação; alterar horários de pausas; ingerir água; evitar
ambientes que estão "marcados por lembranças" do cigarro e praticar
atividades físicas contribuem muito.", diz.
Sueli ainda reforça
a importância de acompanhar o tratamento e do apoio de familiares e amigos
próximos. "Ao parar de fumar, é normal que a pessoa sinta os desconfortos
da abstinência, sobretudo irritação e ansiedade, mas estes sintomas tendem a
diminuir gradativamente. Este é outro fator importante: a pessoa focar sobre as
vantagens de estar sem fumar: primeiro a saúde, claro, mas também a economia e
bem-estar. O apoio das pessoas, a orientação médica adequada e a consciência
que não nascemos para sermos dependentes auxiliam na mudança de comportamento e
na percepção da pessoa que ela pode e deve ser mais saudável e
feliz."conclui.
Para ajudar quem está
abandonando o tabagismo, veja algumas dicas:
1 - Mude o
ambiente: retire maços e isqueiros dos lugares onde costuma fumar para não
estimular o desejo sem perceber. Sendo essa, uma forma de fazer o cérebro
perceber que há mudanças de hábitos na sua rotina.
2 - Realize
atividades físicas: começar a se exercitar diminui a vontade do tabaco,
compensa o ganho de peso natural, e estimula a adoção de hábitos mais saudáveis
no dia a dia.
3 -Faça atividades
que lhe tragam prazer: caminhar um pouco pela manhã, ouvir música ou ler um
livro são hobbies que podem ser adotados na rotina para substituir o cigarro
como fonte de prazer e satisfação.
Anhanguera
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Kroton
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