Cirurgia de retirada das bolas de Bichat para “afinar o
rosto” era sensação na estética, mesmo sem indicação adequada. Hoje em dia,
pacientes buscam preenchimentos para corrigir flacidez da pele
Há
alguns anos, a bichectomia era uma das cirurgias mais realizadas dentre os
procedimentos estéticos prometendo afinar o rosto e garantir contorno facial.
Porém, pouco se falava sobre os efeitos colaterais a médio e longo prazo que
poderiam ser causados.
“O
grande problema dos modismos é que a grande maioria deles causam mais
malefícios que benefícios. O principal efeito colateral da bichectomia mal
indicada é a face envelhecida precocemente, além do perigo da técnica que pode
lesar os ductos conduzem a saliva da glândula parótida para a cavidade oral”,
explica o médico e cirurgião plástico Danilo Dalul.
A
cirurgia se baseia na extração dos excessos de volume gorduroso das
bolas de Bichat, que fornece amortecimento dos músculos da mastigação e,
também confere volume na região da bochecha. “É uma estrutura normal da
anatomia do ser humano e, em alguns poucos casos, há um aumento exagerado que
pode causar deformidades em maior ou menor grau e até atrapalhar a mastigação.
Este sim seria um caso de indicação correta e sensata para a retirada”, explica
Dalul.
Porém,
depois da onda de cirurgias feitas nos últimos anos, a conta começa a chegar.
Retirar gordura, como é feito na bichectomia, é uma técnica contrária ao que
normalmente se faz para reverter a perda de gordura e viço da pele. “No
processo natural de envelhecimento perdemos a resistência dos tecidos de conexão,
o tônus muscular e as fibras de colágeno da face. Uma das coisas que mais
realizamos, de modo seguro e bem indicado, são os preenchimentos com ácido
hialurônico para reverter esse processo de perda de gordura da face”,
diz o médico.
Agora, as pacientes que passaram pelo
procedimento e tiveram resultados desagradáveis a longo prazo voltam ao
consultório para tentar reverter o envelhecimento precoce. “A boa notícia é que
para quem está insatisfeita existem algumas técnicas para melhorar esse efeito
colateral em maior ou menor grau, como os preenchimentos com ácido
hialurônico ou até com a própria gordura da paciente, como a
técnica micrograft que é menos absorvida pelo organismo e podem ser
alternativas para repor o volume perdido em um procedimento equivocado”,
finaliza Dalul.
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