Durante
e após a gestação ocorrem muitas transformações na vida das mulheres, por conta
disso, o Fisioterapeuta Dermato Funcional Igor Lustosa, e a psicóloga Vanessa Gebrim explicam as principais
mudanças que acontecem no corpo e no emocional da mulher neste período
A maternidade muda muita coisa na vida
de uma mulher. Desde o momento da gravidez até o primeiro contato com o bebê,
proporcionam momentos inesquecíveis. E hoje as mulheres buscam se cuidar cada
vez mais durante todo o período de preparação para a chegada do bebê. Apesar
disso, algumas vezes os sentimentos do pós-parto são incontroláveis. Um estudo
feito pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA, mostrou que uma em cada quatro
mulheres apresenta níveis altos de sintomas depressivos em algum momento dos
três primeiros anos do bebê.
O emocional e físico da mulher se
alteram muito durante o período de gravidez. Muitas vezes, o aspecto físico
mexe muito com o psicológico das gestantes. “As queixas são maiores após a
gestação. Muitas procuram procedimentos, que geralmente são na barriga, para
cuidar das estrias e flacidez abdominal que são as principais reclamações no pós-parto.
Acontecem outras reclamações como acúmulo de gordura localizada e celulite, mas
não tanto quanto o problema na barriga no geral”, explica o Fisioterapeuta
Dermato Funcional e influenciador digital Igor Lustosa.
De acordo com a psicóloga Vanessa Gebrim,
especialista em Psicologia Clínica pela PUC de SP, existem situações que ajudam
a perceber se a mulher está sofrendo com depressão pós-parto. “Essa condição é
definida como uma profunda tristeza que pode trazer consequências tanto para
mãe como para o bebê, pois pode haver comprometimento no vínculo entre eles,
que pode inclusive não ocorrer. Existem alguns sintomas que sugerem o quadro e
devem ser valorizados, como o sentimento de culpa, insônia ou excesso de sono,
cansaço extremo e até mesmo, quando falamos de casos mais extremos, pode
existir a vontade de prejudicar ou fazer mal ao bebê ou a si própria.”,
explica.
Os especialistas listaram dez mudanças
que acontecem na vida da mulher durante e após o período de gestação. Confira:
1. Dores no corpo: é
muito comum sentir dor no corpo durante a gestação. Para cuidar desta parte, os
tratamentos se resumem a alguns que trazem mais qualidade de vida, saúde e
bem-estar para a grávida. “A fisioterapia é um dos principais, já que as
grávidas têm muitas dores lombares por conta do aumento do abdômen e
crescimento do feto, além de dores nas pernas por conta do peso. Uma
recomendação, é a prática de exercícios físicos, e ainda o pilates,
alongamento, acupuntura e massagens. As meias compressivas também são uma forma
de tratamento para as pernas inchadas, cansadas e pesadas”, explica o
especialista Igor Lustosa.
2. Emocional: como
o corpo precisa se preparar fisicamente e mentalmente para a chegada do bebê,
os hormônios femininos têm como obrigação mudar completamente o funcionamento
de alguns sistemas para que eles estejam aptos a ajudar no desenvolvimento do
bebê. “Os hormônios afetam diretamente o humor e o emocional da mulher,
que fica mais sensível e ela fica mais protetora principalmente no primeiro trimestre
e, em alguns casos, até um pouco mal-humorada. Além disso, geralmente há
um certo nervosismo gerado pela ansiedade e insegurança por não saber lidar com
a situação. A insegurança com relação à saúde do bebê e ao parto, o
questionamento se vai ser uma boa mãe e a mudança do corpo, podem voltar a
abalar as estruturas da mulher, que fica sensível, nervosa e bastante ansiosa”,
explica a psicóloga Vanessa Gebrim.
3. Melasma: no
caso de melasma, a principal indicação é fazer um tratamento preventivo, fazendo
o uso constante do filtro solar, mantendo a pele sempre hidratada, se expondo
ao sol o mínimo possível e nos horários em que a radiação não é incidente.
“Essa é uma forma de prevenir o melasma, ou o cloasma - que é uma condição do
melasma durante a gestão e faz com que ele não se transforme em melasma no
pós-parto. O que acontece é: a grávida desenvolve o cloasma na gestação e, no
pós-parto, se ele persistir, aí se torna um melasma. Geralmente, quando ele não
persiste e regride, aí não tem a formação do melasma. É a fase da formação da
mancha que define o nome”, diz Lustosa.
4. Insegurança: questões
como “Será que vou ser uma boa mãe?”, “O que fazer para que meu filho se sinta
amado?” “Estou bonita?”, “Continuo sendo desejada?” surgem na mente de todas as
mães. “Seria incomum se não surgissem, afinal a gravidez significa não só
aumentar a família, mas assumir novos papéis. Para resolver a insegurança, que
é extremamente comum durante a gestação e quando o filho nasce, é importante
contar com um acompanhamento psicológico. Ter um profissional preparado para
sanar suas dúvidas e fazer com que esse período seja mais tranquilo pode fazer
toda a diferença”, entende a psicóloga.
5. Diástase:
a diástase é um afastamento da musculatura do retro abdominal e da linha alba -
estiramento da linha alba. Acontece porque há um aumento da região uterina,
consequentemente um aumento do abdômen e dependendo do tamanho, esse tecido
muscular vai esticar. “A dica que eu sempre dou é que a mamãe tenha um abdômen
bem preparado, ou seja, é importante fazer algum tipo de atividade física e ter
um abdômen resistente para estirar o mínimo possível e formar a menor diástase
possível. Para evitar ela, é exercício físico e durante a gestação também.
Dependendo dos meses da gestação, os exercícios vão mudando, se limitando ao
aumento da barriga, da região uterina, aí ela tem limitações que vão impedir de
fazer determinados exercícios”, entende Igor.
6. Pressão estética: a
imagem da mulher foi sempre criada na sociedade para ser sexy e a dificuldade
que algumas mulheres encontram com a mudança do corpo pode afetar, em alguns
casos, a autoestima delas por não estarem bem resolvidas e preparadas para a
maternidade. “Esse tipo de situação se torna perigosa e acaba gerando uma
insegurança, pois algumas mulheres chegam a abrir mão da saúde para se
preocupar com o cuidado excessivo do corpo perfeito, exagerando com
procedimentos estéticos, que muitas vezes podem ser prejudiciais naquele
momento. Tudo isso é feito para se encaixar em um padrão estético, que lhe gera
bastante insegurança”, diz a psicóloga.
7. Tensão corporal: neste
caso, a drenagem linfática, que é um tratamento não só estético, mas que busca
saúde e qualidade de vida, pode ser a melhor opção. “A drenagem reduz líquidos
e melhora a pressão nas pernas, então pode evitar dores, compressão e tensões
musculares. A grande maioria dos tratamentos para diminuir as tensões e dores
não são estéticos, são alongamentos, hidroginástica, hidroterapia funciona
muito bem, exercício físico é fundamental porque fortalece a musculatura e
evitam o aumento da tensão lombar. Caminhadas e exercícios aeróbicos também
funcionam muito porque melhora o aporte sanguíneo do membro inferior”,
complementa Lustosa.
8. Tratamentos invasivos: a
ideia de recuperar um corpo anterior à gestação em meio a esse período é, além
de utópica, muito prejudicial à mente feminina. “Entre tantas preocupações, a
infelicidade ao se olhar no espelho e não se gostar é um estresse que nenhuma
mulher deveria passar. Os cuidados com o corpo devem ser feitos com muito bom
senso e sem precipitação, além de que se deve evitar procedimentos exagerados,
para que não interfira no desenvolvimento do bebê, nem na saúde da mulher.
Pequenos cuidados como a atividade física adequada para o momento, cuidados com
a alimentação, hidratação da pele, cuidados com o cabelo e fortalecimento do
emocional, ajudam bastante sem precisar de práticas invasivas. Tudo isso faz
com que as futuras mamães se sintam mais empoderadas durante o processo de mudança
que o corpo está enfrentando”, defende Gebrim.
9. Flacidez:
existem dois tipos de flacidez no pós-parto, a flacidez tissular - que é a de
pele - e a flacidez muscular - que é a de músculo. Normalmente, as mulheres se
incomodam mais com a flacidez da pele, já que é mais visível. “A dica é
hidratar a pele constantemente, passando um creme para umectar a pele e um óleo
por cima para ocluir. O creme e o óleo permitem uma hidratação mais longa. A
hidratação da pele reduz tanto a flacidez quanto as estrias porque a pele será
umectada e terá um aparato melhor de estiramento com o crescimento do abdômen,
então ela vai rasgar menos. Com o aumento da hidratação, terá fibras mais
firmes que vão sustentar melhor o tecido. É uma forma para evitar a flacidez da
pele”, conclui Igor Lustosa.
10. Depressão pós-parto: como
já falado, a depressão pós-parto é um dos grandes riscos que as recém mamães
correm e alguns fatores podem aumentar a chance de isso acontecer. “A falta de
apoio da família e amigos, o estresse, falta de planejamento da gravidez, ou
até depressão já diagnosticada anteriormente e histórico de transtornos
mentais na família, são fatores que podem influenciar no estado emocional da
mulher após o nascimento do filho. Superar essa tristeza é essencial para a
saúde da mãe e para o relacionamento entre ela e o bebê. Existem algumas
estratégias que podem ajudar nisso, como fazer terapia, procurar apoio familiar
ou de algum amigo, distrair-se com atividades de lazer; repousar, fortalecer
sua autoestima e reconhecer as mudanças que ocorreram e tentar aceitá-las”,
conclui Vanessa Gebrim.
Igor Lustosa - especializado em
fisioterapia dermato funcional e mestrando em Meio Ambiente. Atualmente é
docente dos cursos de graduação na área da estética e coordenador da
Especialização em Dermoestética em na Universidade Ceuma, no Maranhão. Além
disto, palestra em congressos, jornadas e simpósios por todo o país. Possui
mais de 44 mil seguidores em seu perfil no Instragram https://www.instagram.com/igorlustosa/
e conta com um Canal no youtube: https://www.youtube.com/channel/UCfVDIEVt940Rpg5dMCF5HIw?app=desktop
Vanessa Gebrim - Pós-Graduada e
especialista em Psicologia pela PUC-SP. Teve em seu desenvolvimento profissional
a experiência na psicologia hospitalar e terapia de apoio na área de oncologia
infantil na Casa Hope e é autora de monografias que orientam psicólogos em
diversos hospitais de São Paulo, sobre tratamento de pacientes com câncer
(mulheres mastectomizadas e oncologia infantil).
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