quinta-feira, 27 de maio de 2021

10 mudanças no corpo e na mente durante a gravidez

Durante e após a gestação ocorrem muitas transformações na vida das mulheres, por conta disso, o Fisioterapeuta Dermato Funcional Igor Lustosa, e a psicóloga Vanessa Gebrim explicam as principais mudanças que acontecem no corpo e no emocional da mulher neste período

 

 

A maternidade muda muita coisa na vida de uma mulher. Desde o momento da gravidez até o primeiro contato com o bebê, proporcionam momentos inesquecíveis. E hoje as mulheres buscam se cuidar cada vez mais durante todo o período de preparação para a chegada do bebê. Apesar disso, algumas vezes os sentimentos do pós-parto são incontroláveis. Um estudo feito pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA, mostrou que uma em cada quatro mulheres apresenta níveis altos de sintomas depressivos em algum momento dos três primeiros anos do bebê. 

 

O emocional e físico da mulher se alteram muito durante o período de gravidez. Muitas vezes, o aspecto físico mexe muito com o psicológico das gestantes. “As queixas são maiores após a gestação. Muitas procuram procedimentos, que geralmente são na barriga, para cuidar das estrias e flacidez abdominal que são as principais reclamações no pós-parto. Acontecem outras reclamações como acúmulo de gordura localizada e celulite, mas não tanto quanto o problema na barriga no geral”, explica o Fisioterapeuta Dermato Funcional e influenciador digital Igor Lustosa

 

De acordo com a psicóloga Vanessa Gebrim, especialista em Psicologia Clínica pela PUC de SP, existem situações que ajudam a perceber se a mulher está sofrendo com depressão pós-parto. “Essa condição é definida como uma profunda tristeza que pode trazer consequências tanto para mãe como para o bebê, pois pode haver comprometimento no vínculo entre eles, que pode inclusive não ocorrer. Existem alguns sintomas que sugerem o quadro e devem ser valorizados, como o sentimento de culpa, insônia ou excesso de sono, cansaço extremo e até mesmo, quando falamos de casos mais extremos, pode existir a vontade de prejudicar ou fazer mal ao bebê ou a si própria.”, explica.

 

Os especialistas listaram dez mudanças que acontecem na vida da mulher durante e após o período de gestação. Confira:

 

1. Dores no corpo: é muito comum sentir dor no corpo durante a gestação. Para cuidar desta parte, os tratamentos se resumem a alguns que trazem mais qualidade de vida, saúde e bem-estar para a grávida. “A fisioterapia é um dos principais, já que as grávidas têm muitas dores lombares por conta do aumento do abdômen e crescimento do feto, além de dores nas pernas por conta do peso. Uma recomendação, é a prática de exercícios físicos, e ainda o pilates, alongamento, acupuntura e massagens. As meias compressivas também são uma forma de tratamento para as pernas inchadas, cansadas e pesadas”, explica o especialista Igor Lustosa.

 

2. Emocional: como o corpo precisa se preparar fisicamente e mentalmente para a chegada do bebê, os hormônios femininos têm como obrigação mudar completamente o funcionamento de alguns sistemas para que eles estejam aptos a ajudar no desenvolvimento do bebê. “Os hormônios  afetam diretamente o humor e o emocional da mulher, que fica mais sensível e ela fica mais protetora principalmente no primeiro trimestre e, em alguns casos, até um pouco  mal-humorada. Além disso, geralmente há um certo nervosismo gerado pela ansiedade e insegurança por não saber lidar com a situação. A insegurança com relação à saúde do bebê e ao parto, o questionamento se vai ser uma boa mãe e a mudança do corpo, podem voltar a abalar as estruturas da mulher, que fica sensível, nervosa e bastante ansiosa”, explica a psicóloga Vanessa Gebrim.

 

3. Melasma: no caso de melasma, a principal indicação é fazer um tratamento preventivo, fazendo o uso constante do filtro solar, mantendo a pele sempre hidratada, se expondo ao sol o mínimo possível e nos horários em que a radiação não é incidente. “Essa é uma forma de prevenir o melasma, ou o cloasma - que é uma condição do melasma durante a gestão e faz com que ele não se transforme em melasma no pós-parto. O que acontece é: a grávida desenvolve o cloasma na gestação e, no pós-parto, se ele persistir, aí se torna um melasma. Geralmente, quando ele não persiste e regride, aí não tem a formação do melasma. É a fase da formação da mancha que define o nome”, diz Lustosa.

 

4. Insegurança: questões como “Será que vou ser uma boa mãe?”, “O que fazer para que meu filho se sinta amado?” “Estou bonita?”, “Continuo sendo desejada?” surgem na mente de todas as mães. “Seria incomum se não surgissem, afinal a gravidez significa não só aumentar a família, mas assumir novos papéis. Para resolver a insegurança, que é extremamente comum durante a gestação e quando o filho nasce, é importante contar com um acompanhamento psicológico. Ter um profissional preparado para sanar suas dúvidas e fazer com que esse período seja mais tranquilo pode fazer toda a diferença”, entende a psicóloga.

 

5. Diástase: a diástase é um afastamento da musculatura do retro abdominal e da linha alba - estiramento da linha alba. Acontece porque há um aumento da região uterina, consequentemente um aumento do abdômen e dependendo do tamanho, esse tecido muscular vai esticar. “A dica que eu sempre dou é que a mamãe tenha um abdômen bem preparado, ou seja, é importante fazer algum tipo de atividade física e ter um abdômen resistente para estirar o mínimo possível e formar a menor diástase possível. Para evitar ela, é exercício físico e durante a gestação também. Dependendo dos meses da gestação, os exercícios vão mudando, se limitando ao aumento da barriga, da região uterina, aí ela tem limitações que vão impedir de fazer determinados exercícios”, entende Igor.

 

6. Pressão estética: a imagem da mulher foi sempre criada na sociedade para ser sexy e a dificuldade que algumas mulheres encontram com a mudança do corpo pode afetar, em alguns casos, a autoestima delas por não estarem bem resolvidas e preparadas para a maternidade. “Esse tipo de situação se torna perigosa e acaba gerando uma insegurança, pois algumas mulheres chegam a abrir mão da saúde para se preocupar com o cuidado excessivo do corpo perfeito, exagerando com procedimentos estéticos, que muitas vezes podem ser prejudiciais naquele momento. Tudo isso é feito para se encaixar em um padrão estético, que lhe gera bastante insegurança”, diz a psicóloga. 

 

7. Tensão corporal: neste caso, a drenagem linfática, que é um tratamento não só estético, mas que busca saúde e qualidade de vida, pode ser a melhor opção. “A drenagem reduz líquidos e melhora a pressão nas pernas, então pode evitar dores, compressão e tensões musculares. A grande maioria dos tratamentos para diminuir as tensões e dores não são estéticos, são alongamentos, hidroginástica, hidroterapia funciona muito bem, exercício físico é fundamental porque fortalece a musculatura e evitam o aumento da tensão lombar. Caminhadas e exercícios aeróbicos também funcionam muito porque melhora o aporte sanguíneo do membro inferior”, complementa Lustosa.

 

8. Tratamentos invasivos: a ideia de recuperar um corpo anterior à gestação em meio a esse período é, além de utópica, muito prejudicial à mente feminina. “Entre tantas preocupações, a infelicidade ao se olhar no espelho e não se gostar é um estresse que nenhuma mulher deveria passar. Os cuidados com o corpo devem ser feitos com muito bom senso e sem precipitação, além de que se deve evitar procedimentos exagerados, para que não interfira no desenvolvimento do bebê, nem na saúde da mulher. Pequenos cuidados como a atividade física adequada para o momento, cuidados com a alimentação, hidratação da pele, cuidados com o cabelo e fortalecimento do emocional, ajudam bastante sem precisar de práticas invasivas. Tudo isso faz com que as futuras mamães se sintam mais empoderadas durante o processo de mudança que o corpo está enfrentando”, defende Gebrim.

 

9. Flacidez: existem dois tipos de flacidez no pós-parto, a flacidez tissular - que é a de pele - e a flacidez muscular - que é a de músculo. Normalmente, as mulheres se incomodam mais com a flacidez da pele, já que é mais visível. “A dica é hidratar a pele constantemente, passando um creme para umectar a pele e um óleo por cima para ocluir. O creme e o óleo permitem uma hidratação mais longa. A hidratação da pele reduz tanto a flacidez quanto as estrias porque a pele será umectada e terá um aparato melhor de estiramento com o crescimento do abdômen, então ela vai rasgar menos. Com o aumento da hidratação, terá fibras mais firmes que vão sustentar melhor o tecido. É uma forma para evitar a flacidez da pele”, conclui Igor Lustosa.

 

10. Depressão pós-parto: como já falado, a depressão pós-parto é um dos grandes riscos que as recém mamães correm e alguns fatores podem aumentar a chance de isso acontecer. “A falta de apoio da família e amigos, o estresse, falta de planejamento da gravidez, ou até  depressão já diagnosticada anteriormente e histórico de transtornos mentais na família, são fatores que podem influenciar no estado emocional da mulher após o nascimento do filho. Superar essa tristeza é essencial para a saúde da mãe e para o relacionamento entre ela e o bebê. Existem algumas estratégias que podem ajudar nisso, como fazer terapia, procurar apoio familiar ou de algum amigo, distrair-se com atividades de lazer; repousar, fortalecer sua autoestima e reconhecer as mudanças que ocorreram e tentar aceitá-las”, conclui Vanessa Gebrim.

 



 

Igor Lustosa - especializado em fisioterapia dermato funcional e mestrando em Meio Ambiente. Atualmente é docente dos cursos de graduação na área da estética e coordenador da Especialização em Dermoestética em na Universidade Ceuma, no Maranhão. Além disto, palestra em congressos, jornadas e simpósios por todo o país. Possui mais de 44 mil seguidores em seu perfil no Instragram  https://www.instagram.com/igorlustosa/  e conta com um Canal no youtube: https://www.youtube.com/channel/UCfVDIEVt940Rpg5dMCF5HIw?app=desktop

 

Vanessa Gebrim - Pós-Graduada e especialista em Psicologia pela PUC-SP. Teve em seu desenvolvimento profissional a experiência na psicologia hospitalar e terapia de apoio na área de oncologia infantil na Casa Hope e é autora de monografias que orientam psicólogos em diversos hospitais de São Paulo, sobre tratamento de pacientes com câncer (mulheres mastectomizadas e oncologia infantil).


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