sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Tabelas desatualizadas do Imposto de Renda deixam menos pessoas isentas

O ajuste abaixo da inflação nos últimos anos da Tabela Progressiva de Imposto de Renda Pessoa vem fazendo com que cada vez menos brasileiros estejam isentos de realizar essa declaração e consequentemente recolher esse tributo.

Isso onera principalmente os bolsos de uma parcela da população que ganha menos e que antes não eram obrigadas a declarar o Imposto de Renda Pessoa Física e agora passam a ser.

Segundo análise do diretor executivo da Confirp Consultoria Contábil, Richard Domingos, entre janeiro de 1996 e dezembro de 2020, a tabela progressiva do imposto de renda foi corrigida 111,5% (era R900,00 o valor em janeiro de 1996 e passou para R 1.903,98 atualmente).

"No mesmo período a inflação medida pelo IPCA foi de 346,92% impactando em uma defasagem muito grande. Ou seja, se a tabela tivesse sido corrigida pelos índices oficiais da inflação, o limite de isenção atual de R 1.903,99 deveria ser de R 4.022,24, ou seja, mais que o dobro", explica Richard Domingos.

Outro ponto relevante é que essa falta de atualização também impacta em outros valores relacionados, para se ter ideia, a dedução das despesas com instrução que atualmente é de R 3.561,50, se fosse atualizado de acordo com a inflação, seria de R 7.597,56. Já as despesas com dependentes, que atualmente é de R 2.275,08, se fosse corrigido conforme a inflação seria de R 4.826,68.


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