terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Educação em 2021: O ensino remoto continua, mas será preciso aperfeiçoá-lo

Para a grande maioria de professores e alunos, 2020 foi um laboratório em que iniciativas para o ensino remoto puderam ser testadas, observadas e avaliadas. Tivemos, além de sucessos e insucessos, um aprendizado muito rico e um horizonte de possibilidades. O ano também serviu para que a comunidade escolar enfrentasse uma realidade existia, porém, não era urgente. As limitações da conectividade nas escolas e os recursos digitais necessários para o ensino remoto se transformaram na grande pauta de escolas e governos.

Os investimentos em tecnologias educacionais se tornaram necessários quando as receitas das escolas privadas caíram consideravelmente. E esse panorama não foi muito diferente nas redes públicas, se considerarmos a queda no consumo de bens e serviços de uma forma geral e a consequente queda na arrecadação de tributos, que se reflete na redução dos gastos em todas as esferas da administração pública, inclusive na Educação. Esses fatores causaram e continuam ocasionando tremendas adversidades para mantenedores e secretários de educação em todo o Brasil.

Considerando os atuais níveis de infecção e mortalidade em decorrência do Covid-19, teremos a continuação das aulas remotas até pelo menos o primeiro semestre do ano, com a consolidação de práticas iniciadas durante o ano letivo de 2020 e a adoção de novas abordagens. Por isso, priorizar ações e investimentos nessa área com o objetivo de garantir resiliência e seguimento do ensino-aprendizagem, mesmo num regime remoto ou de ensino híbrido, é fundamental para que redes privadas e públicas não deixem o nível de conhecimento cair ainda mais em 2021.

Avaliar, mensurar e propor alternativas pedagógicas serão os próximos passos de ensino-aprendizagem a serem feitos. E como poderemos fazer isso com diferentes grupos de alunos com características e níveis de aprendizado tão distintos, em escala e com diagnósticos imediatos? Além das avaliações tradicionais, para um grau de análise mais preciso e imediato sobre o que os estudantes aprenderam ou não durante a pandemia, instituições de ensino deverão usar ferramentas digitais de análise de desempenho em tempo real baseadas em evidências.

Elas serão muito úteis para que os docentes tenham a oportunidade de realizar intervenções pedagógicas pontuais de acordo a necessidade individual de cada aluno durante as aulas. É uma maneira de atuar diretamente na dificuldade do aluno, personalizando o ensino. Além disso, esses recursos também possibilitam a mensuração dos níveis de engajamento dos alunos; esses, por sua vez, vão servir de indicadores para se trabalhar os riscos de evasão escolar.

Nos últimos meses, a difusão de pesquisas mostrando a insatisfação e, consequentemente, a desmotivação dos estudantes para seguir o ciclo básico de estudos é algo que deve fazer soar os alarmes  para educadores e autoridades de todo o país. Em razão disso, a utilização de plataformas digitais, com as quais crianças e jovens têm maior afinidade, podem tornar a experiência de aprendizagem mais prazerosa e, por sua vez, ajudar a diminuir os riscos de abandono escolar.

E nesse contexto, são especialmente eficientes as plataformas de estudos que proporcionam o aprendizado por meio da gamificação. Elas possuem a capacidade de desafiar os estudantes por meio de atividades em formato de games ou quizzes, fazendo com que o aluno desperte o interesse pelo conteúdo trabalhado e interaja mais prontamente com as atividades propostas. Essa metodologia de ensino engaja mais cada participante porque o instiga a desvendar a mecânica do jogo.

É muito provável que nos próximos seis meses, aulas e outros tipos de aprendizagens exclusivamente presenciais continuem sendo sonho de consumo e uma distante realidade em boa parte do mundo. No que se refere ao Brasil, a adoção de metodologias ativas e tecnologias educacionais ainda é incipiente e há um longo caminho a ser percorrido.

Não desenvolver essa estrutura para o ensino remoto pode ser catastrófico se o contexto atual permanecer. Em função disso, a comunidade escolar deve se preparar para continuar aperfeiçoando essas metodologias, consolidando e inovando em práticas que já produziram resultados no ano passado.

 


George Balbino - vice-presidente da Mangahigh no Brasil. A plataforma educacional britânica é pioneira na criação de conteúdos didáticos de matemática e raciocínio lógico por meio de games e quizzes para crianças e adolescentes. Alinhando pedagogia e o aprendizado personalizado com o lúdico, a instituição oferece conteúdos alinhados aos currículos nacionais de países da América do Norte, América do Sul, Ásia, Europa e Oceania.


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