sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Pacientes Com Leucemia Chegam Aos Hospitais Com Quadro Clínico Mais Grave Do Que Antes Da Pandemia

Por conta da pandemia, muitos pacientes tiveram dificuldades e ainda passam por essa situação para conseguir agendar consultas, ter acompanhamento, estoque baixo de sangue e até leitos. Além disso, por conta do atual momento que estamos passando, muitas pessoas deixaram de seguir o tratamento, retornar as consultas com seus médicos por medo do novo Coronavírus e, agora, chegam aos hospitais em um estágio muito avançado da doença e com o tratamento comprometido, obrigando-os a fazer intervenções mais drásticas. 

Contudo, os avanços recentes na área de oncologia, possibilitou a utilização de novas terapias que não necessitam o uso da quimioterapia, evitando que o paciente saia de casa com tanta frequência, o que é fundamental por conta do período que estamos passando e pela vulnerabilidade do estado clínico do paciente. Esse medicamento é aprovado pela Anvisa e aplicado via oral, com efeitos colaterais inferiores ao da quimioterapia e os pacientes que completaram o tratamento no prazo fixo de 12 meses, não apresentaram piora da doença em 28 meses de acompanhamento.

Cerca de 43% dos pacientes com câncer tiveram o tratamento impactado pela pandemia de covid-19, como cancelamento ou adiamento de procedimentos, segundo uma pesquisa online realizada pelo Instituto Oncoguia. Na região Norte, 63% dos participantes da pesquisa afirmaram ter tido impacto no tratamento. A região Sul foi a menos atingida, com 32% pacientes afetados. A pesquisa foi realizada com 566 pacientes oncológicos e seus familiares, desse total, 429 estão em tratamento no momento. Dos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde), 60% tiveram impacto no tratamento, contra 33% que utilizam serviço privado de saúde.

Entre esses 43%, os cancelamentos ou adiamentos de tratamentos ocorreram devido a decisões institucionais, ou seja, tomadas pelo hospital ou clínica. Os motivos fornecidos pelas instituições de saúde são: risco de contágio, priorização de pacientes, redução de equipe e impacto na infraestrutura.
Cerca de 12% dos pacientes tomaram a decisão por conta própria e 3% tomou a decisão em conjunto com o médico. Dentre os pacientes que tiveram alterações em seus tratamentos após o início da quarentena, 34% fazem quimioterapia, 31% hormonioterapia, 9% radioterapia e 9% terapia-alvo.

A pesquisa mostrou que 70% dos pacientes oncológicos se consideram grupo de risco para a covid-19. Também contribuiu para esses resultados o fato de que leitos que seriam usados para cirurgias oncológicas estão sendo ocupados por pacientes da Covid-19. Outra explicação é de que, alguns locais que fazem exames de imagem importantes para tratar e diagnosticar tumores, fecharam ou passaram a atender os atingidos pelo coronavírus como prioridade. De acordo com o INCA, no Brasil, a incidência por 100 mil habitantes será de 10.810 novos casos de leucemia, Sendo 5.920 em homens e 4.890 em mulheres. 



Fonte: http://www.inca.gov.br/estimativa/estado-capital/brasil


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