sexta-feira, 31 de julho de 2020

Em tempos de coronavírus, Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal alerta para importância de se manter aleitamento materno durante pandemia

Amamentação não deve ser interrompida já que reduz mortalidade infantil e traz outros benefícios para a criança


Desde 1992, a primeira semana de agosto (1 a 7) é dedicada a promover e defender o aleitamento no mundo inteiro. E, nesse ano, o desafio de estimular a amamentação é ainda maior. Por conta da pandemia de coronavírus, algumas mães estão com receio de contaminar seus bebês com a doença. No entanto, a OMS aconselha que as mães com suspeita ou confirmação de COVID-19 sejam encorajadas a iniciar e continuar a amamentação. Evidências científicas mostram que os benefícios da amamentação superam substancialmente os riscos potenciais de transmissão.

O aleitamento materno é vital para a saúde e desenvolvimento das crianças ao longo de toda a vida e reduz os custos para os sistemas de saúde, famílias e governos. De acordo com a OMS, estima-se que a ação é capaz de reduzir em 13% a mortalidade infantil, além de prevenir infecções respiratórias, hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade. Vale ressaltar também que um levantamento da OPAS (Organização Pan Americana da Saúde) mostra que aleitamento materno nos primeiros anos de vida salvaria mais de 820 mil crianças menores de cinco anos em todo o mundo .

O ato de amamentar também promove diversos efeitos positivos sobre o psicológico da mãe e do bebê. A ação confere segurança emocional para ambos estreitando o laço entre eles. E um vínculo seguro com a mãe, estabelecido desde os primeiros momentos da vida e por toda a primeira infância, é crucial para que no futuro a crianças aprendam a estabelecer relações saudáveis, seguras com outras pessoas.


Como amamentar em caso de Covid?

Segundo a OMS, as mães não devem ser separadas dos bebês a não ser que ela esteja doente demais para cuidar do filho. Isso porque o toque e o contato da mãe com bebê é fundamental para o desenvolvimento dele. A organização recomenda também outras medidas, como:

- amamentar recém-nascidos com suspeita ou confirmação de COVID-19 dentro de uma hora após o nasicmento.

- as mães devem ter a entrada assegurada nas UTIs neonatais caso o bebê precise de cuidados

- caso o estado de saúde da mãe for grave e impedir que ela amamente seu bebê, o recomendado é que ela retire o leite e este seja oferecido com segurança à criança. Se isso não for possível o indicado é prover a alimentação com leite de outra doadora.

- se a mãe tossir, ela deve ser ajudada a limpar o peito com água e sabão antes de amamentar

- a mãe não deve deixar de amamentar seu filho mesmo em caso de não ter máscara


Índices baixos: vale ressaltar que mesmo antes da pandemia, os dados de aleitamento materno já estavam abaixo do esperado. De acordo com um relatório divulgado pela OMS em 2017, nenhum país do mundo atende plenamente aos padrões adequados de aleitamento materno. O documento aponta que apenas 40% das crianças com menos de seis meses de idade são alimentadas exclusivamente com o leite materno, tal como recomendado pela OMS. No Brasil, o índice é de 38,6%. Já segundo um estudo do Programa Primeira Infância para Adultos Saudáveis (Pipas), coordenado pela pesquisadora Sonia Venâncio e divulgado recentemente, mostrou que no Ceará apenas 23% dos bebês de seis meses recebem amamentação exclusiva.


Por que falar sobre o assunto?

- Incentivar o aleitamento exclusivo até os seis meses de idade, principalmente nesse momento de pandemia

- Alertar para os benefícios da amamentação para os bebês e para as mães

- Chamar atenção para a necessidade e importância desse ato na construção de uma sociedade saudável

 



Fontes

- Sonia Venâncio, responsável pela pesquisa PIPAS

- Dr. Moises Chencinschi, médico pediatra e diretor no departamento de aleitamento materno na Sociedade de Pediatria de São Paulo

 



Sobre a Fundação maria Cecilia Souto Vidigal

Desde 2007, a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal atua em uma causa grandiosa: a primeira infância. Nesse universo, elegemos quatro prioridades: fortalecer as lideranças públicas, sociais e privadas; sensibilizar a sociedade; fortalecer as funções dos pais e dos adultos responsáveis pelas crianças e melhorar a qualidade da educação infantil. Apoiamos o desenvolvimento de modelos e pesquisas aplicadas, articulamos por meio de estratégias de advocacy. Construímos, atualizamos, fazemos curadoria e compartilhamos conhecimentos. Promovemos parcerias para ampliar impactos e alavancar resultados. É dessa forma que atuamos, porque nossa razão de existir é desenvolver a criança para desenvolver a sociedade


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