terça-feira, 30 de junho de 2020

Violência doméstica infantil aumenta durante a quarentena, diz estudo


Não bastasse o medo de se infectar, outro medo assola as mães brasileiras.


O confinamento social faz com que as famílias passem mais tempo juntas, o que amplia os conflitos familiares. A Famivita, em seu mais recente estudo constatou que 3% dos filhos das entrevistadas já sofreram violência doméstica nos últimos meses. O fato de estarem sem sair de casa para ir a escola ou para atividades de recreação ajuda; tendo em vista que conforme dados do Ministério da Saúde, mais de 70% dos casos de abuso infantil acontecem dentro da própria residência da criança ou adolescente.

Rondônia e Amazonas são os estados que mais registraram violência contra os filhos, com 5% das participantes. Em São Paulo e no Rio de Janeiro esse percentual é de 3%. Já o Acre e Piauí são os estados que menos apresentam violência doméstica infantil, com menos de 1%. Identificamos também que pelo menos uma em cada oito participantes soube de casos de violência doméstica contra crianças em seu entorno. 

Não bastasse a violência infantil, outro medo assola as mães, a violência contra mulher. Dados da ONU demonstram que houve um aumento nas denúncias formais de abuso desde que a pandemia começou. E, constatamos em nosso estudo que 4% das brasileiras já sofreram violência doméstica nos últimos meses. Considerando 40 milhões de mulheres vivendo em união, seriam 1,6 milhões de casos só na pandemia. 

Percebe-se que um dos motivos é o aumento do tempo em que os casais estão passando juntos durante o confinamento. Pelo menos 61% deles estão mais próximos desde que a pandemia começou. Com isso, as brigas e desentendimentos aumentaram para 27% dos casais.

Roraima é o estado campeão de brigas e desentendimentos entre casais, com 38% dos participantes. No Rio de Janeiro, 31% dos casais aumentaram o número de brigas, e um dos reflexos, é o percentual de violência doméstica no estado, que é de 4%. São Paulo também teve aumento de 27% nos desentendimentos, e registra 4% de mulheres que sofrem violência doméstica.




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