Domingo, 21 de
junho, inicia o inverno no Brasil e, em Goiás, clima seco e frio pode ser
gatilho para desencadear seus sintomas. Na mesma data, é celebrado o Dia
Nacional de Controle da Asma, oportunidade em que profissionais fazem o alerta
para a importância de cuidados contínuos. Asmáticos também fazem parte do grupo
de risco da Covid-19
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que
300 milhões de pessoas sofrem com a asma no mundo. De acordo com a Pesquisa Nacional
de Saúde (PNS) do Ministério da Saúde e Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) mais de 6,4 milhões de brasileiros acima de 18 anos sofrem
com a doença. Segundo o Datasus, o banco de dados do Sistema Único de Saúde,
ocorrem no Brasil, em média, 350 mil internações anualmente em decorrência da
asma, uma doença que não tem cura.
De acordo com a médica pneumologista Fernanda
Miranda de Oliveira, a procura por serviços de emergência por
problemas respiratórios aumenta de 20% a 30% nessa época do ano em que a
umidade fica baixa. Ela alerta para que os sintomas não sejam subestimados,
considerando que os asmáticos não controlados podem piorar com o tempo frio e
seco.
Fernanda, que atende em consultório no centro
clínico do Órion Complex, alerta que muitos não dão a devida atenção à doença.
“É muito frequente que a pessoa subestime seus sintomas, pois tem épocas que a
doença pode ser leve e os sintomas desaparecem e tem momentos em que pode
piorar muito, necessitando atendimentos de emergência, e os pacientes muitas
vezes só procuram atenção médica na hora das crises”, faz o alerta na semana
que antecede do Dia Nacional de Controle da Asma (21 de junho).
Ela lembra que, dentre os complicadores do novo
coronavírus (Sars-Cov-2), estão as doenças respiratórias, por isso os asmáticos
estão no chamado grupo de risco para a Covid-19. Fernanda Miranda salienta que
essas pessoas devem seguir as orientações recomendadas para todos os doentes
crônicos. “É preciso restringir o convívio social e, quando possível,
desenvolver atividades na forma de home office. Devem ser vacinados contra
gripe e pneumonia pneumocócica e seguir as recomendações determinadas pelo
Ministério da Saúde em caso de febre e sintomas respiratórios.”
A médica diz que, se for preciso o tratamento da
asma pode ser ajustado, conforme recomendações feitas do médico, o que não pode
haver é a suspensão dos remédios. “Não se deve suspender nenhuma medicação por
conta própria. É preciso evitar lugares fechados e com aglomeração de pessoas,
manter-se hidratado, evitar exposição ao ar frio, não fumar e manter seu
calendário vacinal em dia”, ressalta a pneumologista.
Os sintomas da asma são falta de ar ou
dificuldade para respirar, sensação de aperto no peito ou peito pesado, tosse e
chiado no peito. “Por serem sintomas comuns a outras doenças, pode ser
confundida e haver demora no seu diagnóstico, principalmente quando a pessoa
convive com os sintomas não buscando atenção médica. Às vezes os sintomas podem
desaparecer sozinhos, mas a asma continua lá, uma vez que não tem cura”,
ressalta a pneumologista.
Fernanda Miranda salienta que alguns momentos a
doença pode aparecer com mais frequência. “Esses sintomas variam durante o dia,
podendo piorar à noite ou de madrugada e com as atividades físicas”. A médica
explica também que existem gatilhos que podem desencadear a doença. “São
fatores que quando o asmático é exposto a eles podem piorar muito a asma ou
fazer aparecer sintomas como exposição a ácaros, fungos, pólens, pêlos de
animais de estimação, fezes de barata, infecções virais, fumaça de cigarro,
poluição ambiental e ao ar frio”.
Tratamentos
Entre os tratamentos mais comuns está a popular “bombinha”: um remédio inalatório administrado através de um dispositivo. “Os médicos preferem usar o termo dispositivo porque retira a ideia de que o remédio é ruim (bomba). Também faz o paciente entender melhor que dispositivo é a maneira como o medicamento será aplicado, já que ele armazena os diferentes tipos de remédios (broncodilatadores e corticoides inalatórios)”, conta a especialista.
Segundo
ela, a maioria dos pacientes com asma é tratada com dois tipos de medicação: a
controladora ou de manutenção que serve para prevenir o aparecimento dos
sintomas e evitar as crises de asma e, a de alívio ou de resgate, para aliviar
os sintomas quando houver piora da doença. “A asma varia de asmático para
asmático e varia também ao longo do tempo em um mesmo indivíduo. Por isso, o
tratamento deve ser individualizado. Um mesmo tratamento pode ter sua dose
modificada conforme a necessidade”, afirma Fernanda.
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