O mercado de meio de pagamentos foi balançado
depois que o Facebook escolheu o Brasil para lançar o Facebook Pay, por meio do
Whatsapp, uma nova modalidade que permite a transação de valores via
aplicativo. Mesmo ainda suspenso pelo Banco Central, a modalidade pode
indica um marco e um movimento sem volta para o setor. A funcionalidade ainda
exige a intermediação de parceiros e aceitação dos bancos e bandeiras de
cartões, mas com certeza abre uma gama enorme de possibilidades especialmente
em um momento em que as transações e compras online vêm numa crescente em meio
à pandemia da Covid-19.
Mas a revolução não para por aí. E por que eu digo
isso? Vivemos um momento crucial para o mercado financeiro brasileiro que passa
principalmente por dois importantes sistemas em implantação no País: o PIX,
sistema de pagamentos instantâneos que permitirá a realização de
transações em até 10 segundos, e o Open Banking, esse ainda em fase mais
inicial, mas que abrirá um leque de oportunidades de negócio ao integrar
tecnologias que permitem diferentes instituições financeiras acessarem dados de
um cliente.
Só para se ter uma ideia, durante a pandemia do
novo coronavírus, com o dinheiro em papel e os cartões utilizados da forma
tradicional apontados como possíveis agentes de contágio, o uso de alternativas
das chamadas tecnologia “contactless”, que incluem utilização de token,
pagamentos por aproximação, uso de QR Code e outros, disparou no País e
no mundo. Por conta do isolamento social, o uso de plataformas digitais
também cresceu nos cinco principais bancos do País chegando a 76% no
Banco do Brasil, segundo levantamento revelado ao jornal Estado de São Paulo.
Na Sinqia, fornecedora de tecnologia financeira dos 8 dos 10 principais bancos
do país, a venda de software no último trimestre cresceu 30%. Imagine esse
“empurrão” forçado na inovação aliado à esse cenário de convergência de
tecnologias. O mundo de possibilidades será infinito e com muitas
oportunidades de negócios para o setor.
Para criar futuros exponenciais, no entanto, é
preciso mudar o mindset, ou seja, desapegar completamente da forma em que
pensamos hoje para ressignificar os negócios. É claro que o arcabouço
tecnológico é importante, mas a disrupção deve ir além.
Quando falamos sobre esse futuro exponencial no
mercado financeiro a preocupação seguinte costuma ser sobre a sobrevivência dos
bancos e mesmo das próprias fintechs. Mas eu não acredito que seja por
aí. Na minha visão, não existirá uma uma substituição de um pelo outro ou
mesmo uma guerra entre eles. Da mesma forma que as Fintechs precisam dos Bancos
eles também precisam delas. A meu ver, o resultado desse cenário de
convergências passa muito mais por um ambiente rico em que serão criados novos
modelos de negócios convergentes do que competição, focando sempre na melhor
experiência dos clientes. Todos sairão ganhando.
Leo Monte - executivo de Marketing e Inovação, com
experiência profissional em grandes empresas e startups de tecnologia
(BR/Silicon Valley). Formado em Inovação Exponencial pela Singularity
University (Santa Clara), carrega inovação em seu DNA, conectando empresas com
o futuro. Através da inovação aberta, pesquisa e desenvolvimento - R&D,
programas internos de inovação (Labs) e investimento em startups. Atualmente à
frente da Sinqia como Diretor de Marketing e Inovação, empresa provedora
de tecnologia para o mercado financeiro - Uma das 100 maiores fintechs do
mundo segundo o IDC. Mentor de startups da WeWork Labs Global e Darwin
Startups, eleita 2 vezes a melhor aceleradora do Brasil (ABStartups Startups
Awards. Também é autor, professor e palestrante sobre os temas: marketing,
inovação, transformação digital e startups.
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