sexta-feira, 22 de maio de 2020

No dia do abraço, o carinho é fundamental (mesmo que de longe)


Psicanalista Andrea Ladislau explica como as demonstrações de afeto podem melhorar o astral e preencher o vazio do isolamento


“Se não pode ser presencial, que seja virtual, que seja uma mensagem simbólica”. Essa é a recomendação da psicanalista Andrea Ladislau para celebrar a data de 22 de maio, o Dia do Abraço. Enquanto todos estão distantes, na tentativa de diminuir as contaminações por coronavírus em meio a uma pandemia, um pequeno gesto pode contribuir para a saúde física e mental. Na falta de contato físico, achar soluções para dar um abraço representa muito, para quem recebe e para quem transmite.

“Não se pode dar um abraço agora em todo mundo que a gente gosta, em quem a gente ama, por conta da pandemia. Mas levar o seu carinho, sua empatia, também é uma demonstração importante. Mesmo sem contato físico, um abraço virtual leva a essência do abraço, que é mostrar ao outro o quanto ele é valioso, que ele é uma pessoa que está no seu radar, por quem você tem afeto", explica a psicóloga. E completa: “A gente pode até não perceber, mas muitas vezes é exatamente isso que o outro está precisando. De um gesto, um abraço”.

O poder do abraço pode ser explicado por fatores sociais e científicos. Segundo Andrea, as implicações do abraço estão refletidas na evolução humana, já que somos seres afetuosos e sociáveis. A partir do estímulo de substâncias  em nosso corpo, podemos demonstrar comportamentos de empatia, generosidade, confiança, acolhimento e pertencimento.

“Quando a gente abraça, estimula a produção de um neurotransmissor do cérebro. Libera-se, então, a ocitocina, hormônio que influencia nas relações sociais e também na reprodução, conforme os estudos apontam”, diz a especialista.

As únicas contraindicações para os abraços estão ligadas às nossas restrições atuais por causa dos cuidados nos tempos de isolamento. No entanto, assim que for possível e seguro, vale a pena abraçar novamente. A falta do afeto pode levar a complicações de saúde.

“Normalmente, a falta de contato dá respostas ligadas ao estresse, ansiedade e depressão, por exemplo”, alerta Andrea Ladislau.


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