Em tempos de
isolamento social, o médico neurocirurgião e neurocientista Dr Fernando Gomes,
explica porque a ausência desse afeto tem causado tanta confusão de sentimentos
e tristeza em muitas pessoas.
"O cérebro
trabalha com recompensas e o fato de abraçar - ou ser abraçado - é capaz ativar
o circuito mesolímbico dopaminérgico do cérebro: uma região responsável por
emoções agradáveis e uma descarga de neurotransmissores e substâncias que
causam bem-estar são disparadas para todo o corpo, causando a sensação de
conforto que só um abraço bem apertado é capaz de causar", explica.
O médico fala que sem
o abraço, que estimula as funções cerebrais e ativa os cinco sentidos, não há a
mesma troca de ‘energia’ entre as pessoas, e o cérebro sofre fisiologicamente com
isso.
"Como somos seres
programados para vivermos em sociedade, estabelecer conexões nos torna mais
fortes e isso está no nosso DNA e por mais que isso não seja compensado por uma
ligação em que se vê do outro lado da tela, essas ações são as únicas possíveis
atualmente e podem ajudar a sanar o buraco que essa fase tem causado",
revela.
Outra dica importante
é tentar ao máximo manter uma rotina no afastamento social. "Neste momento
de pandemia os níveis de dopamina e serotonina se alteram e aumentam naturalmente
a irritação, a intolerância, faz perder a noção do tempo, do dia da semana, do
mês e isso tudo vai aumentando o estresse oxidativo.
Para manter o eixo
hipotalâmico - área do cérebro responsável pelo ritmo circadiano e
comportamento alimentar - além dos cuidados com alimentação, sono e atividade
física, Dr. Fernando chama a atenção para a importância de organizar a semana e
o dia em manhã, tarde e noite entre trabalho, estudo, descanso e lazer - mesmo
que se esteja fazendo tudo isso sem sair de casa.
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