Desde muito tempo vem se
falando em home office, seja por parte das empresas ou dos colaboradores. As
companhias, com o objetivo de cortar custos, e os colaboradores querendo mais
liberdade. Então, por que poucas empresas efetivamente resolveram colocar parte
da equipe no tão sonhado home office? Participei de alguns processos foram
abortados logo no início, sendo os motivos quase sempre os mesmos: relação
trabalhista e os custos para implantar.
E agora, de um dia para
outro (literalmente), muitas empresas - e também escritórios de advocacia -
aderiram ao sistema apenas “apertando um botão”. Mas como foi feita esta
transição, se é que se pode chamar assim, nos escritórios de advocacia ?
Largaram na frente, e
muito na frente, aqueles que já tinham seus arquivos e sistemas de
gerenciamento de processos e gestão na nuvem. Quem não tinha teve de correr
atrás para criar acessos remotos para cada colaborador. Além disso, quem tem
telefonia VOIP consegue atender seus clientes em qualquer lugar do mundo, o que
é uma grande vantagem.
Mas e os custos para ter
tudo isso? Sim, tem custo e nem todos os escritórios podem pagar. É caro?
Já foi caro e hoje está mais acessível, depende sempre do tamanho do
escritório (quantos advogados vão utilizar os sistemas) e da quantidade de
informações que precisa ser armazenada.
Pensando agora que o
escritório conseguiu de alguma forma criar mecanismos para o trabalho em home
office, o que fazer? Existem muitas publicações sobre onde montar o home
office, como se vestir, como falar, que cuidados tomar durante reuniões com
clientes e com a equipe que são muito importantes e devem ser seguidas com
certeza. Mas isto é suficiente?
O que deve ser feito,
então, para gerenciar um escritório de advocacia à distância? Como vou delegar
e verificar o que cada advogado ou membro da equipe administrativa/financeira
deve fazer?
Seguem algumas dicas:
- crie rotinas diárias, estabeleça prioridades, tente manter-se a par
do que acontece, estabeleça dia e horário para cada tarefa;
- fale com os coordenadores de equipe e verifique se precisam
de ajuda;
- converse com o responsável pelo departamento financeiro, verifique
se tudo está caminhando;
- marque reuniões com os advogados “chave” de cada processo/caso,
esclareça as dúvidas, dê orientações;
- seja direto e breve com seus clientes, eles podem não estar
gostando de fazer reuniões on-line. Acabada a reunião, envie um e-mail
agradecendo a participação e, se for o caso, faça um breve resumo do que
foi discutido e acertado;
- as reuniões devem ter pauta, começo e fim determinados. Reuniões
on-line que não terminam são chatas e improdutivas;
- converse individualmente com advogados e colaboradores fazendo que
se sintam acolhidos e mostre que todos estão trabalhando juntos e tudo
voltará ao normal;
- marque uma reunião (máximo 30 minutos) com todos os membros do
escritório uma vez por semana para falar de amenidades, perguntar o que
estão fazendo neste período de quarentena. Lembre-se que nem todos podem
estar se sentindo bem e que é função sua, dono do escritório, ser um líder
muito melhor nesta hora.
Resumindo: pense e aja
da mesma forma que você pensava e agia quando estava em seu escritório. O que
mudou foi apenas o meio de se comunicar, de presencial para on-line. E muito
importante: reflita se esta nova forma de trabalhar é conveniente para você,
seu escritório e seus colaboradores. Quem sabe você possa finalmente fazer a
tão sonhada transição.
Fernando Magalhães - fundador e CEO da OM Assessoria, empresa
especializada em gerar soluções claras para
resoluções de problemas e para o desenvolvimento dos escritórios de advocacia,
tanto financeiramente quanto qualitativamente. É graduado pela Faculdade
de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA - USP), pós-graduado em Planejamento Estratégico para
Escritórios de Advocacia na GVLAW, da Fundação Getúlio Vargas, e em Gestão
Jurídica Estratégica na FIA – Fundação Instituto de Administração. Tem curso
sobre Melhores Práticas de Escritórios de Advocacia, ministrado na TOTVS.
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