Todos
nós, em algum momento de nossas vidas, já ouvimos a frase: “o tempo passa para
todos”. O que é verdade. No entanto, pouco sabemos sobre as formas como isso
pode acontecer.
Podemos
levantar infinitas discussões sobre o tempo e suas relações com o ser humano e
as diferentes culturas a partir de diversos pensadores, mas como esse tempo vai
passar dependerá da individualidade de cada um, o que abrange muitas questões,
como família, profissão, classe social etc. Além disso, há distintas concepções
que fazem referência à idade que se estabelecem a partir de condições
históricas, sociais, econômicas, políticas e culturais, determinando diversas
representações sociais do idoso e da velhice, assim como as atitudes tomadas
frente ao envelhecimento.
Há
diversos estudos a respeito da idade. Ela pode ser compreendida como
multidimensional, ou seja, depende de diferentes dimensões, como a cronológica,
a biológica, a funcional, a psicológica ou a social.
A
idade cronológica é aquela marcada por datas e medida pela passagem do tempo
desde o nascimento de uma pessoa. Tem a ver com a organização da sociedade.
Abrange o processo natural de envelhecimento do corpo humano e seus órgãos
vitais. Começa antes de nascermos e se estende por toda nossa vida.
A
idade funcional está relacionada ao “funcionamento” de uma pessoa em ambientes
físicos e sociais, comparativamente a outros indivíduos de igual idade
cronológica. Já a idade psicológica pode ser entendida de duas formas: uma na
relação entre idade cronológica e às capacidades psicológicas (percepção,
controle emocional, memória e aprendizagem, por exemplo), e a outra tem relação
com o senso subjetivo de idade, ou seja, como cada pessoa percebe e avalia a
idade cronológica, biológica e social em si e nos demais. Essa dimensão tem uma
relação estreita com a forma como envelhecemos.
Por
fim, a idade social é aquela determinada a partir dos papeis sociais e
expectativas referentes a pessoas de determinadas idades e em determinados
grupos sociais ou culturas. Entram nessa definição o tipo de roupa que se
veste, os hábitos, a linguagem, o comportamento, a cultura, o gênero, a classe
social etc. Uma marca que se tornou importante na idade social é aquela em que
se deixa o mercado de trabalho e em que as pessoas são injustamente rotuladas
de “improdutivas” ou “inativas”. Todas essas dimensões da idade se
inter-relacionam e fazem parte do processo de envelhecimento, não podendo ser
utilizadas de forma isolada para determinar esse período, pois é algo complexo.
Assim,
é possível compreender que o envelhecimento não ocorre da mesma forma para
todos. A cada dia novas pesquisas apontam para processos de envelhecimento
heterogêneos e para experiências individuais que poderão ser positivas ou
negativas. Pessoas da mesma idade cronológica podem ter diferentes idades
biológicas, funcionais, psicológicas ou sociais. Assim, podemos dizer, sem
duvidar, que todos somos jovens ou velhos em relação a algo ou alguém.
O
mundo está envelhecendo. Quanto a isso, nos deparamos com a necessidade de
revisão dos estereótipos associados à velhice. Esse processo é diferente para
cada indivíduo e não deve ser rotulado apenas por perdas, doenças ou
acontecimentos ruins.
Katiuscia
Mello Figuerôa - professora dos cursos de Licenciatura e de Bacharelado em
Educação Física do Centro Universitário Internacional Uninter.
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