sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Combate ao bullying na adolescência impacta na carreira profissional


Crianças e jovens bem orientados se tornam adultos mais fortalecidos para encarar os desafios do mercado de trabalho


A discussão sobre o que é o bullying e como combatê-lo tem se tornado cada vez mais presente nos ambientes social e escolar. Esse comportamento é caracterizado pela prática agressiva repetitiva direcionada a crianças e adolescentes por suas características físicas, hábitos, sexualidade e maneira de ser.
Cleyton Luís, coordenador acadêmico e comportamental do Cedaspy, rede de escolas de capacitação de jovens, explica que, geralmente, o bullying é praticado por meio de agressões verbais, físicas e psicológicas que incluem humilhação, intimidação e trauma praticados de forma constante. “Os danos causados na vítima podem ser profundos. Quem passa por isso pode desenvolver depressão, distúrbios comportamentais e até mesmo suicídio”, conta o especialista.
O ambiente escolar concentra o maior números de casos. “Os jovens passam grande parte do seu tempo na escola e interagem com um número maior de pessoas. É comum haver um grupo dominante que dita as regras, excluindo ou punindo quem não se encaixa nos padrões”, diz  Cleyton.
Entre os sintomas de quem está passando pelo problema estão o isolamento social, a queda no rendimento escolar, baixa autoestima, quadros depressivos, ansiedade, síndrome do pânico, dentre outros. Quando não tratados, os sintomas prejudicam o jovem por toda a vida, dificultando as relações pessoais, em sociedade, no trabalho e podem até mesmo levar a vícios em drogas e álcool. “O diálogo e a conscientização ainda são as formas mais eficazes de combater o mal”, avisa o coordenador do Cedaspy.
Muitas vezes, o educador é um dos primeiros a identificar o problema. “Por acompanhar os alunos, o professor tem mais facilidade em perceber quem são o agressor e a vítima. A partir daí, escola e famílias precisam debater amplamente o assunto”, diz.  

Lei de combate ao bullying
Em 2016, foi sancionada a Lei 13.185, que instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática. A lei torna a luta contra o bullying uma política pública de educação e prevê ações para erradicar o problema por meio de publicidade e capacitação de profissionais da educação.
“O bullying impacta diretamente no rendimento escolar e, em diversos casos, segue até a vida profissional”, diz Cleyton Luiz, do Cedaspy. O especialista orienta que o diálogo entre pais e filhos é muito importante, além do acompanhamento do desenvolvimento pessoal e escolar dessa criança. “Quando isso não é suficiente, procurar ajuda profissional é essencial para garantir o bem-estar e a qualidade de vida desse jovem”. Conclui. 

Como combater o problema
·        Incentivar os jovens a ter empatia pelo próximo e realizar trabalhos em grupo para saber lidar com as diferenças

·        Saber identificar a diferença entre bullying e uma simples desavença

·        Identificar e fortalecer no jovem suas possíveis fraquezas

·        Orientar sobre como lidar com o bullying também no ambiente virtual

·        Avaliar separadamente vítima e agressor para que possam ser auxiliados

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