No Brasil, a classificação de risco subiu de
“alerta” para “perigo iminente”
Na última quinta-feira (30), a Organização Mundial
da Saúde (OMS) declarou emergência de saúde pública de interesse internacional
as infecções pelo novo coronavírus. Um dia antes, na quarta-feira (29), o
diretor-executivo do programa de emergências da organização, Michael Ryan, já
havia afirmado que 2% dos casos de infecção confirmados até o momento
resultaram em morte - o número equivale a 170 pessoas. No Brasil, apesar de
nenhum caso ter sido confirmado, há nove casos suspeitos, um deles em Belo
Horizonte. Com o aumento das suspeitas, o Ministério da Saúde elevou a
classificação de risco de “alerta” para “perigo iminente”.
De acordo com o infectologista e diretor do
Hospital Felício Rocho, Dr. Adelino de Melo Freire Júnior, o aumento do grau de
risco indica a existência de suspeita real de infecção pelo novo coronavírus.
“O próprio nome revela. O perigo iminente aumenta a atenção do serviço de
saúde. O poder público, por exemplo, cria centros de informações, com
publicações praticamente diárias de dados”, afirma.
O balanço oficial mais recente sobre a doença,
divulgado na quinta-feira (30), registrou 7.700 casos confirmados e 170 mortes
na China, além de pacientes infectados na Alemanha, Austrália, Camboja, Canadá,
Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, EUA, Finlândia, França, Japão, Malásia,
Nepal, Singapura, Sri Lanka, Tailândia e Vietnã.
A nova mutação, também conhecida como 2019-nCoV,
apareceu inicialmente em Wuhan, capital da província de Hubei, na China, e
rapidamente se espalhou. As pessoas infectadas apresentam febre, tosse, falta
de ar e dificuldade em respirar.
Dr. Adelino explica que, apesar da falta de
informações sobre o novo coronavírus, o Brasil conta com plano de contingência
de doenças respiratórias agudas, criado, principalmente, devido à epidemia de
Sars (outra variação do coronavírus), em 2002, e utilizado durante o surto de
Mers, em 2012. O plano fornece orientações aos médicos que tiverem de tratar um
paciente infectado.
“Quando houve o surto de Sars, a discussão sobre um
plano maior começou a acontecer e um documento foi elaborado. Já tivemos a
oportunidade de colocar isso a prova, mas é difícil dizer se estamos realmente
preparados, até porque ninguém sabe ainda a dimensão que essa epidemia vai ter
dessa vez”, pontua.
O médico ainda afirma que a prevenção deve ser feita
através da higienização das mãos e aconselha que as pessoas evitem contato com
pacientes infectados. Segundo Dr. Adelino, por mais que as medidas possam
parecer ineficientes, são as mais eficazes, dada a situação atual, com falta de
vacina e de tratamento específico para a doença.
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