O rompimento pode
causar dores e problemas de mobilidade, que pode atingir idosos, esportistas e
até pessoas sedentárias
Mais conhecido e comentado entre atletas, a lesão do
menisco atinge diferentes perfis. Pessoas com sobrepeso e principalmente
sedentárias podem eventualmente apresentar lesão do menisco, mesmo sem ter
sofrido um trauma. Isso ocorre pois a falta de musculatura gera uma sobrecarga
da articulação e consequentemente do menisco, gerando o que chamamos de lesão
degenerativa. Esse tipo de lesão no menisco medial é muito comum após os 40
anos de idade, mesmo em pacientes assintomáticos. No idoso, como o menisco fica
mais rígido e calcificado, pode ocorrer lesão aguda ao fletir muito o joelho ou
mesmo no simples movimento de se levantar de um sofá baixo. Já nos praticantes
de atividade física, a lesão acontece em sua maioria por entorse no joelho.
Ao sofrer uma lesão, ocorre dor intensa e inchaço
da articulação, geralmente horas após o trauma. “As primeiras dores costumam
aparecer de forma intensa, junto com o inchaço e a perda ou bloqueio do
movimento do joelho. Diferente da lesão ligamentar, o edema ocorrer horas após
o trauma e não minutos após"– afirma.
Em cada joelho existem dois; o medial (interno) e o
lateral (externo). São formados basicamente por tecido fibrocatilaginoso e
ficam entre o fêmur e a tíbia e responsáveis por absorver o impacto, auxiliar
na congruência articular e na estabilização do joelho. As lesões quando não são
tratadas causam um desequilíbrio desses fatores, levando ao desgaste.
Nem todos os casos necessitam de intervenção
cirúrgica. O tratamento conservador com fisioterapia é o preconizado para
melhorar a musculatura, aliviar a dor e melhorar sintomas em até 4 meses. Os
casos refratários são submetidos a cirurgia. “Independente da faixa etária e do
estilo de vida, é importante manter-se ativo fisicamente e manter um trabalho
de fortalecimento muscular de acordo com a atividade física praticada. Esse
cuidado reduz a sobrecarga no menisco, evitando as lesões degenerativas como as
associadas a patologias como artrose e obesidade. Também ajuda a proteger o
joelho e suas estruturas na contusão ou entorse” – comenta Thiago.
Situações que envolvem lesão complexa do menisco
têm difícil reparo cirúrgico por deixar o menisco friável e geralmente já é
associado a desgaste local da articulação. Em outros casos a lesão aguda por
contusão ou entorse do joelho necessita uma abordagem cirúrgica reparando/suturando
o menisco.
Muitos especialistas afirmam que a cura percorre
entre os 90%, pois a maioria das lesões ainda são as degenerativas. “O
diagnóstico precoce é essencial para o tratamento que varia de diminuição de
intensidade de exercícios à fisioterapia. Nos casos agudos quando indicado
cirurgia, quanto antes o paciente for submetido ao procedimento, maior é a
chance de reparo da lesão com preservação do menisco. Tudo dependendo do tipo
de lesão, a região do menisco atingida e o quanto o paciente é ativo. Atualmente
não levamos muito em conta a idade cronológica do paciente para indicar o
melhor tratamento.” – pontua.
Vale ressaltar que antes de iniciar a pratica
qualquer atividade física é indicado passar por avaliação médica para prevenir
lesões relacionadas com a modalidade esportiva e dependendo da atividade é
recomendado o acompanhamento dee um profissional habilitado durante a
realização dos exercícios.
THIAGO
RIGHETTO - Médico ortopedista
(CRM:125.722) com especialização em traumatologia do esporte e cirurgia do
joelho; é membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia,
Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho e da Sociedade Brasileira de
Artroscopia e Traumatologia do Esporte; é também diretor da Associação Brasileira
de Medicina de Áreas Remotas e Esportes de Aventura; e membro das
internacionais ISAKOS, AAOS e AMSSM. Já foi médico pelo Comitê Paralímpico
Brasileiro na Paralimpíada do Brasil em 2016 e da seleção de judô paralímpica
no 5th IBSA World Games (Seul - Coreia do Sul) em 2015, sendo o médico
responsável por essa seleção de 2014 a 2018. Saiba mais sobre o profissional
em: www.drthiagorighetto.com.br
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