Professor de
Saúde Pública do Centro Universitário São Camilo – SP diz que o SUS tem
protocolos eficazes para rastrear a entrada do vírus no País e tratar possíveis
casos
A
OMS declarou emergência internacional de saúde para o Coronavírus, o que eleva
o estado de prontidão dos países no sentido de tornar ainda mais rigoroso o
controle da circulação do vírus. As informações sobre sua dispersão geográfica
estão sendo atualizadas diariamente pela agência das Nações Unidas.
No
Brasil estamos preocupados e torcendo para que ele não aporte por aqui, mas as
perguntas são inevitáveis: estamos preparados para impor barreiras à entrada do
vírus? Estamos prontos para diagnosticar e tratar os doentes?
O
médico sanitarista Sérgio Zanetta e professor de Saúde Pública do Centro
Universitário São Camilo - São Paulo esclarece que “o SUS possui há 30 anos um
sistema preventivo e contínuo, com protocolos rígidos para conter a entrada
desse tipo de vírus no País e tratar os casos que porventura possam ter passado
pelas barreiras da Vigilância Sanitária”.
Em
todos os pontos de acesso ao Brasil – fronteiras, portos e aeroportos – há uma
equipe da Vigilância Sanitária de prontidão 24 horas por dia, durante 365 dias
do ano, para monitorar a entrada no País. Ninguém tem acesso ao território
brasileiro com febre ou qualquer sintoma suspeito mesmo que não haja alarme
internacional.
Um
boletim diário recebido da OMS indica os países dos quais os viajantes devem
receber mais atenção. Quando as emergências sanitárias acontecem, como neste
momento, as ações são redobradas. Atualmente, os passageiros provenientes da
China são os principais pontos de atenção.
Vale
ressaltar, entretanto, que como não existe voo direto entre China e Brasil, os
passageiros que aqui chegam já passaram por inspeção tão rigorosa quanto a
nossa, durante suas conexões na Europa ou nos EUA, sendo submetidos nesses
casos à dupla triagem.
O
rastreamento dos passageiros no Brasil ocorre de forma metódica e rigorosa. Antes
do desembarque as tripulações das aeronaves, por exemplo, são rotineiramente
acionadas pelas equipes da Vigilância Sanitária para identificar se há alguém
com algum sintoma suspeito. Em caso positivo essa pessoa é automaticamente
atendida para que seja feita a anamnese.
Caso
ela possa ter contraído um vírus como Coronavírus, toda aeronave poderá ser
isolada até que seja feita uma triagem segura. Os passageiros suspeitos ficam
em ambiente controlado até a chegada da equipe de Infectologia.
E
o trabalho não para aí. Em todas as cidades brasileiras com portos e aeroportos
há hospitais de referência devidamente equipados para receber esses
pacientes/passageiros. As equipes de Saúde estão treinadas para esses casos.
Zanetta
lembra que já houve outras situações de risco que não fugiram ao controle no
Brasil, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, do inglês) e a Síndrome
Respiratória do Oriente Médio (MERS, do inglês), em 2002 e 2012,
respectivamente, assim como a Gripe Suína H1N1, a Gripe Aviária e a Febre
Ebola. Ele enfatiza: “existe um SUS que as pessoas não vêm, mas que protege de
modo permanente e contínuo a população brasileira”.
“O
trabalho desenvolvido pelo Brasil, por meio do SUS, é reconhecido pela
comunidade internacional como uma das melhores barreiras epidemiológicas do
mundo”, conclui o professor.
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