Públicos formados
por LGBT+ (81%) e pessoas com deficiência (57%) são os que mais sentem falta de
elementos de diversidade nas propagandas.
Cada vez mais marcas abraçam a bandeira da diversidade na
publicidade. Mas não basta colocar um casal LGBTQ+ na propaganda de dia dos
namorados ou no dia das mães, mostra uma pesquisa realizada pela INSIGHTS &
DATA ANALYTICS CROMA. Entre os 1.814 entrevistados, 72% não acreditam na
autenticidade das marcas quando falam sobre o tema. Segundo Edmar Bulla, CEO do
Grupo Croma, falta consistência das empresas. “As empresas gastam muito com
publicidade, mas fazem isso apenas uma vez por ano. Mas se a empresa apoia a
longevidade e diversidade, cadê os velhos no quadro de funcionários? E os LGBT+?”
Oldiversity® é um estudo que avalia como as marcas
estão lidando, ou não, com a longevidade e diversidade de orientação sexual,
gênero, raça e pessoas com deficiência e se estabelece como parâmetro
avaliativo inédito de marcas que pensam, preocupa-se, promovem e defendem
assuntos ligados à longevidade e à diversidade. Um dos dados mais
alarmantes é que 47% dos entrevistados não tem lembrança de fatos ou conteúdos
relevantes capazes de conectar marcas a causas ou questões humanas. “Isso abre
um debate sobre o quanto o posicionamento, a oferta e a comunicação de marcas e
empresas podem estar descolados da realidade, isto é, o quanto as marcas que
atuam no Brasil estão ainda distantes de ser Oldiversity®”, alerta
Edmar Bulla.
O brasileiro parece consciente, já que 53% afirmam
não consumir marcas com comportamentos preconceituosos. É alto o índice dos que
declaram que aceitam a diversidade (78%), mas apenas 47% se identificam com as
propagandas que abordam o tema.
A falta de identificação e baixa associação de
marcas, somadas ao despreparo de grandes setores ao lidar com a diversidade,
também contribuem para um sentimento geral de descrença, uma vez que 72% não
acreditam na autenticidade das marcas. O varejo brasileiro não é visto como
preparado para lidar com a diversidade e tampouco parece estar implantando
ações para o futuro, na opinião dos entrevistados, já que 78% não creem que as
lojas estejam preparadas para atender pessoas com deficiência e 72% pensam que
as lojas estão despreparadas para a diversidade.
O problema não é só a publicidade, que, segundo
Edmar Bulla, não representa o tecido social brasileiro. “É preciso
ter diversidade representada na loja”, diz ele. “Falta compromisso e uma
posição mais clara, mas as empresas ficam na retranca, preferem se mantiver
neutras por medo de errar. O grande gap diz respeito a pessoas com
deficiência. Há um descolamento em relação às necessidades dessas pessoas, que
não são atendidas”, diz Bulla, lembrando que no Brasil há quase 13 milhões
de pessoas com algum tipo de deficiência classificada como severa.
Na contrapartida, marcas que se posicionam
claramente sobre diversidade e longevidade tendem a aumentar significativamente
os índices de consideração, preferência, frequência e recomendação de seus
produtos e serviços. O brasileiro avalia que a oferta de produtos e serviços
não é adequada e, para completar, que a propaganda não representa a realidade. Os
resultados do estudo apontam para indicadores preocupantes sobre o forte
preconceito e racismo na comunicação das marcas no Brasil, incluindo o
atendimento de vendedores e call centers, considerado preconceituoso por 42% do
público LGBT+ e 52% desse público acreditam também que a propaganda brasileira
é racista, índice maior que o declarado por negros (37%).
Comparando os 42% que se identificam com as
propagandas que falam sobre diversidade com os 75% de LGBT+ que declaram o
mesmo, pode-se deduzir que a comunicação das marcas está mais clara e avançou
mais no que diz respeito à diversidade de gênero e orientação sexual do que com
relação a negros (46%) e PcDs (47%). Apesar de pouco mais da metade afirmar que
as propagandas deveriam trazer a temática da diversidade à tona e de esse
número ser muito mais significativo entre os LGBT+ (74%), é alto o índice (70%)
dos que acreditam que o brasileiro, na realidade, não gosta de ver propagandas
que mostrem o tema. Se por um lado 78% dos entrevistados aceitam a diversidade,
45% concordam que esse tema é um tabu para as marcas e 51% gostariam de ver
ainda mais propaganda Oldiversity®, de outro lado 35% acreditam que as marcas
correm muitos riscos quando levantam a bandeira sobre a diversidade. Ainda, 48%
defendem que as marcas deveriam ser imparciais.
“Resultado ou não de um discurso politicamente
correto, o fato é que a propaganda é avaliada por 49% como distante da
realidade do brasileiro. Apenas 27% conseguem, de alguma forma, identificar-se
com seu conteúdo. Os públicos formados por LGBT+ e pessoas com deficiência são
os que mais sentem falta de elementos de diversidade nas propagandas, com 81% e
57%, respectivamente, e os que mais acreditam que a diversidade ainda é um
tabu”, comenta Bulla.
Os resultados também evidenciam que a incorporação
da diversidade no quadro de funcionários é tão relevante quanto o mix de
produtos e serviços, e mais relevante do que patrocínios de eventos temáticos,
por exemplo. Empregos para públicos LGBT+, negros, mulheres, PCD´s são
mais importantes que propaganda e 65% não acreditam na adequação de marcas e
empresas para atender às necessidades das pessoas.
De modo geral, as pessoas acreditam que há ainda muito preconceito na contratação de funcionários: 62% acreditam que há preconceito em contratar pessoas com deficiência, 56% acreditam que há preconceito em contratar negros e 53% acreditam que há preconceito em contratar LGBT+.
De modo geral, as pessoas acreditam que há ainda muito preconceito na contratação de funcionários: 62% acreditam que há preconceito em contratar pessoas com deficiência, 56% acreditam que há preconceito em contratar negros e 53% acreditam que há preconceito em contratar LGBT+.
Edmar
Bulla - CEO e fundador do Grupo Croma, empresa que
oferece design de soluções para inovação em negócios. Graduado pela ESPM possui
especialização em Marketing Digital em Harvard, além de formação em Música e
Filosofia. Atuou em empresas como Nokia, Pepsico e WPP, ocupando posições
globais. Professor e palestrante em eventos no Brasil e exterior, recebeu
prêmios durante sua carreira e é convidado para facilitar encontros de
inovação, moderar debates em comitês executivos e processos de transformação
cultural e digital em grandes empresas.
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