Sintomas
podem ser confundidos com comportamento natural ao processo de envelhecimento,
o que atrasa a procura por ajuda médica
Dados da Organização Mundial
da Saúde (OMS) indicam que a proporção de pessoas com mais de 60 anos vai quase
duplicar até o ano de 2050, passando de 12% para 22% do total (de 900 milhões
para 2 bilhões de indivíduos). Além das doenças físicas comuns à idade, o
envelhecimento da população acende outro alerta importante: é preciso redobrar
a atenção com a saúde mental das pessoas. Nessa faixa etária, por exemplo, o
diagnóstico e o tratamento da depressão tendem a ser mais difíceis.
Segundo o psiquiatra da
Paraná Clínicas, Dr. Oswaldo Petermann Neto, isso ocorre porque, nos idosos, os
sintomas podem ser encarados como comportamento natural ao processo de
envelhecimento, como a redução do ritmo das atividades, memória e disposição.
“Além dos sintomas típicos como tristeza persistente e isolamento social, é
comum o idoso deprimido apresentar irritabilidade, falta de apetite, perda de
peso e dor crônica”, explica. Alterações no padrão de sono também devem ser
observadas, seja pelo excesso de sonolência ou por episódios recorrentes de
insônia.
Por isso, é muito importante
não minimizar as mudanças comportamentais dos idosos e conversar com atenção
sobre os sintomas e gatilhos. “O mais importante é estar disponível para o
paciente. Não estar à frente ou na retaguarda e sim ao lado dele. Em casos
graves, quando há pensamentos ligados a morte ou episódios de agressividade e
violência, uma intervenção é necessária”, destaca Dr. Oswaldo.
De acordo com boletim do
Ministério da Saúde divulgado em 2017, o índice de mortes por suicídio entre
idosos é muito alto no Brasil, principalmente entre os homens com 70 anos ou
mais. Entre 2010 e 2016, a média chegou a 8,9 casos a cada 100 mil habitantes –
um dado chocante, tendo em vista que a média nacional foi de 5,5 a cada 100 mil
nesse mesmo período.
Tratamento
Para Dr. Oswaldo, o
tratamento mais eficiente é aquele que se propõe a melhorar a qualidade de vida
do paciente e trata a doença com o mínimo de reações adversas. “Atualmente as
medicações são seguras e com menos efeitos colaterais que no passado. No
entanto, a medicação não faz todo o trabalho sozinha”, pontua. Investir em
atividades físicas, psicoterapia, terapia ocupacional e outras atividades de
interesse do paciente contribuem muito para o tratamento da depressão.
“Qualquer atividade é válida desde que seja vista como uma terapia e não como
algo torturante”, completa o psiquiatra da Paraná Clínicas.
Paraná Clínicas
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